Missão Ibero-americana de Economia Criativa encerra semana de atividades em São Paulo com foco na cultura como motor de desenvolvimento sustentável
Após cinco dias de intensos debates, intercâmbios técnicos e articulações institucionais, a 1ª Missão Ibero-americana de Economia Criativa foi encerrada com a consolidação de propostas e parcerias voltadas ao fortalecimento das políticas públicas de cultura e economia criativa na região. Promovida pela Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), em parceria com o Ministério da Cultura do Brasil e a Fundação Itaú, a missão reuniu representantes de 10 países e 8 ministérios em São Paulo, entre os dias 12 e 16 de maio.
Um dos marcos da programação foi a aprovação e assinatura do estatuto de funcionamento do Fórum Ibero-americano de Vice-Ministros e Altas Autoridades de Cultura, instância técnica que articula o Programa Ibero-americano de Indústrias Culturais e Criativas (PIICC), lançado pela OEI em 2024. O estatuto estabelece as bases para a governança do Fórum, consolidando um espaço permanente de articulação regional em torno da cultura. Na ocasião, a Bolívia também oficializou sua adesão ao grupo, ampliando o número de países-membros do Fórum para 14. Além disso, foi iniciado o processo de construção de um posicionamento comum como contribuição ao Mondiacult – Conferência Mundial de Políticas Culturais da UNESCO.
Com uma programação que combinou seminários, visitas técnicas e a realização do Fórum, o encontro teve como principal objetivo fomentar o intercâmbio de experiências e a produção de conhecimento técnico voltado ao desenvolvimento sustentável a partir da cultura. Para o diretor-geral de Cultura da OEI, Raphael Callou, a iniciativa representou um marco para a integração ibero-americana. “Foram cinco dias de atividades com a participação de 8 ministérios e representação de 10 países a partir dos observatórios de cultura realizados em diferentes locais da Ibero-América com foco no fortalecimento das políticas públicas de economia criativa na região”, afirmou. Ele acrescentou que a missão procurou “fomentar consensos dos espaços de intercâmbio para que possamos cada vez mais fortalecer a economia ibero-americana por meio das boas experiências compartilhadas em toda a Ibero-América”.
Segundo o secretário-executivo do Ministério da Cultura do Brasil, Márcio Tavares, atual presidente do Grupo, esse intercâmbio é fundamental para o desenvolvimento dos setores culturais e criativos nos países membros. “A presidência brasileira do Foro Ibero-Americano de Cultura reforça nosso compromisso com a valorização da diversidade cultural e o fomento à economia criativa como vetor de desenvolvimento sustentável. Este encontro é uma oportunidade ímpar para alinharmos estratégias e impulsionarmos iniciativas conjuntas que beneficiem toda a comunidade ibero-americana”.
O evento também contou com o engajamento de representantes internacionais que destacaram os avanços em suas respectivas agendas nacionais. Para Galo Sandoval Duque, vice-ministro de Cultura e Patrimônio do Equador, “participar do encontro teve dois objetivos fundamentais, que é estarmos presentes no fórum de vice-ministros, e desenvolver uma agenda conjunta relacionada à gestão da coleção nacional, para o qual contamos com o apoio da OEI”. Já Humberto Lopez La Bella, secretário nacional de Cultura do Paraguai, ressaltou a relevância da cooperação iniciada em 2024 para a medição do impacto econômico da cultura: “Essa missão fecha um ciclo importante para o Paraguai e fortalece o posicionamento regional para a próxima Mondiacult”. A diretora hondurenha Norma Marina Díaz Gomez elogiou a iniciativa: “Parabenizo a OEI por continuar promovendo este tipo de evento. Aqui aprendemos todos os dias, com diferentes países e visões”.
Realizada no âmbito do PIICC, com a presidência pro tempore exercida pelo Brasil, a missão representa uma aposta concreta na cultura como vetor de transformação social e econômica. Ao final das atividades, Raphael Callou ainda reforçou o compromisso da OEI com o fortalecimento da cooperação cultural na região. “Encerramos essa missão com satisfação e o desejo de seguir fortalecendo a Ibero-América por meio da cultura e da economia criativa”, concluiu.
