Alunos de escola brasileira mergulham na obra Dom Quixote por meio de iniciativa da OEI
Trinta crianças de onze anos de idade vão reescrever a história dos feitos de um cavaleiro medieval, Dom Quixote. O grupo reúne alunos do 6° ano do ensino fundamental do Centro Educacional 416 de Santa Maria (CEd 416), no Distrito Federal. Os estudantes estão representando o Brasil na 5ª edição do projeto “O Quixote Ibero-americano”.
A iniciativa literária sobre o ingênuo fidalgo é realizada pela Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) nos 23 países que fazem parte da Organização. A ideia é que alunos do ensino fundamental recriem a obra do espanhol Miguel de Cervantes em tempos atuais e escrevam as aventuras dos personagens retratando as cidades e as comunidades a partir da perspectiva dos respectivos países.
No Brasil, a iniciativa tem a parceria da Secretaria de Educação do Governo do Distrito Federal. A releitura da história de Dom Quixote consiste na elaboração de um capítulo do romance protagonizado por Dom Quixote de La Mancha e Sancho Pança. O trabalho com os alunos da escola pública de Santa Maria (DF) é coordenado pelo professor Weslei Garcia de Paulo. Escritor, o docente da rede pública é mestre em educação e atua na sala de aula como tutor dos escritores mirins.
Para sensibilizar os estudantes, a OEI Brasil promoveu um encontro entre os estudantes e o professor Erivelto Carvalho, da Faculdade de Literatura da Universidade de Brasília. O docente da UnB é especialista na obra de Dom Quixote. A formação do pesquisador foi na fonte, Cervantes, Espanha, onde estudou a natureza humana do cavaleiro andante.
Por meio de sua experiência acadêmica, o professor Erivelto proporcionou uma imersão das crianças no contexto da história de Quixote. O estudo do personagem contemplou também uma visita a campo. Nesta terça-feira, a escola programou uma ida da turma ao atelier do artista plástico Gil Marcelino, que trabalha com a temática quixotesca.
A expectativa é que o processo de escrita dos escritores juvenis siga até o dia 29 de novembro, quando os alunos de Santa Maria enviarão o capítulo da história que elaboraram para a sede da OEI, em Madri, Espanha. A versão brasileira deve se juntar aos textos de escolas dos outros 22 países que fazem parte da Organização.
Ibero-América – Em âmbito internacional, o projeto é de autoria do Departamento de Educação da cidade de Alcalá de Henares, na Espanha. A OEI entra como parceria da iniciativa por meio do Departamento Ibero-Americano de Educação da Universidade de Alcalá de Henares.
A proposta literária segue uma linha de roteiro sugerida pela OEI. O contexto deve estar relacionado às aventuras descritas no livro original de Dom Quixote e Sancho Pança, mas com narrativas do local onde os novos protagonistas vivem. A previsão é de que os textos dos estudantes de toda Ibero-América sejam independentes e autoconclusivos e a expectativa é que uma escola por país escreva um capítulo da nova edição do livro.
Cada escola participante conta com um escritor de literatura infantil e juvenil que conhece e estabelece o contato necessário com alunos e professores, além de supervisionar e aconselhar o capítulo em elaboração. No Brasil, esta função ficou a cargo do professor e escritor Weslei Garcia, que trabalha na rede pública de ensino de Santa Maria (DF). A previsão é de que todos os textos avulsos sejam reunidos em uma única obra a ser concluída pela OEI no primeiro semestre de 2020.
Confira como foi o lançamento do projeto