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Área Desenvolvimento Social, Institucional e Cooperação
Sede Brasil
Tipo Institucional/OEI

Criação de um grupo permanente sobre o Estado no G20 é proposto hoje no States of The Future

La creación de un grupo permanente sobre el Estado en el G20 se propone hoy en States of The Future
Publicado el 23 Jul. 2024

O lançamento do "Arco da Restauração da Amazônia", a proposta de criação de um grupo permanente sobre o Estado no G20 e várias visões da crise climática foram temas da abertura do segundo dia do evento States of Future.

Enfrentar as várias crises que hoje estão expostas no cenário nacional e internacional, principalmente a ecológica, foi a tônica da abertura do segundo dia do evento States of Future, que acontece durante toda a semana na sede do BNDES, no Rio de Janeiro.

A abertura do evento teve a participação de Miriam Belchior, secretária-executiva da Casa Civil da Presidência da República do Brasil, e Tereza Campello, diretora da divisão socioambiental do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Segundo Campello, os Estados, independentemente do seu grau de desenvolvimento, não estão preparados para enfrentar as mudanças climáticas que já estão em curso. “Temos de trocar a asa com um avião voando atuando em duas frentes: organizar para enfrentar os extremos climáticos, mitigação, adaptação, reconstrução das nossas economias, ao mesmo tempo que prepara o Estado para enfrentar esses desafios”, afirmou a diretora.

Apresentou o projeto do “Arco da Restauração da Amazônia” que pretende restaurar 24 milhões de hectares até 2050, com uma meta intermediária de 6 milhões de hectares até 2030, que propõe a capturar carbono, preservar a biodiversidade e gerar emprego e renda, mobilizando diversas cadeias produtivas e tecnologias. A restauração florestal é vista como a única tecnologia viável em escala para captura de carbono, sendo essencial para manter o aumento da temperatura global dentro de limites seguros.

Foi enfatizado que o Brasil possui tecnologia e vontade política para liderar esse processo, necessitando de apoio e recursos, inclusive do setor privado. A colaboração de todos os setores da sociedade é crucial para o sucesso desta missão, que visa garantir a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento econômico da Amazônia.

Por sua vez, Belchior reforçou que um “Estado do Futuro” capaz de desenvolver e integrar capacidades internas, como planejamento e legitimidade, com capacidades externas, como cooperação internacional e governança global, é essencial para enfrentar a crise climática de maneira eficaz.

Ela destaca a necessidade de fortalecer a governança internacional relacionada às mudanças climáticas, enfatizando que a capacidade global é crucial para enfrentar este desafio. “Não nos basta sermos capazes de construir o ato da restauração, se os outros países também não fizerem esforços na mesma direção”, opina a secretária.

Além disso, outras questões como a regulação de plataformas tecnológicas e a tributação dos super ricos exigem um alinhamento global para evitar evasão fiscal e garantir um padrão de tributação internacional.

Internamente, o Estado precisa aumentar sua capacidade de planejamento a médio e longo prazo, superar a influência do mercado financeiro especulativo e fortalecer sua legitimidade como líder nacional. Isso inclui um diálogo transparente com atores estratégicos, como setor privado, trabalhadores, entes federativos e sociedade civil. A capacidade de interlocução e a transparência são fundamentais para que o governo consiga estabelecer e alcançar metas de transformação econômica, social e ambiental.

“É imperativo que o Estado caminhe na direção que a composição dos servidores públicos representam a diversidade da sociedade de cada país, e não da sua elite nacional. É importante que o Estado seja capaz, seja espelho da sociedade, só assim ele vai conseguir ter maior capacidade de implementar políticas públicas, ainda mais justas e inclusivas.”, sugere Belchior.

Por fim, traz a proposta de criação de um grupo permanente sobre o Estado no âmbito do G20, vista como uma medida concreta para avançar nesse debate.

Na Conferência Magna, Ha-Joon Chang, professor pesquisador do departamento de economia da SOAS University of London e codiretor do Centre for Sustainable Structural Transformation (CSST), revelou a sua preocupação com relação a crise climática que na sua opinião é a maior de todas.

“Passamos por várias crises ao longo da história. Porém, nosso tempo é o único em que a crise ecológica está, agora, rapidamente chegando ao ponto de não retornar. O que eu estou tentando dizer é que precisamos entender a natureza desse fenômeno corretamente se queremos encontrar uma boa solução para eles”, afirmou o professor.

Na palestra que proferiu “Megatendências, poli crises e mudanças geopolíticas: como entender as mudanças no mundo”, destacou que o viés social é evidente, pois as percepções de crise variam conforme o contexto socioeconômico e geográfico, refletindo desigualdades históricas e atuais.

Um segundo ponto destacado foi a possibilidade de uma “segunda guerra fria”, caracterizada pela crescente rivalidade entre Estados Unidos e China, que ameaça agravar a crise climática devido à desaceleração da cooperação internacional necessária para enfrentar esse desafio global.

O States of Future é realizado pelos ministérios da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), das Relações Exteriores (MRE), do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A organização é da Maranta e da Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI). Apoiam o States of the Future a Open Society Foundations e a República.org.

Publicado el 23 Jul. 2024