I Encontro Ibero-Americano de Cultura da OEI inicia em Salvador com propostas de fortalecimento do setor de turismo cultural
Autoridades e agentes políticos do setor cultural de mais de 19 países participaram da abertura do I Encontro Ibero-americano de Cultura da OEI na capital baiana. Workshops, conferências e debates também marcaram o início das atividades.
A Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) deu início nesta quinta-feira ao I Encontro Ibero-americano de Cultura no Auditório do Arquivo Público Municipal, anexo à Casa das Histórias de Salvador, com a realização de oficinas e painéis sobre diversidade cultural e interculturalidade e gestão cultural sob uma perspectiva afrodescendente. A cerimônia de abertura contou com a participação de autoridades e agentes políticos.
O diretor-geral de Cultura da OEI, Raphael Callou, destacou o impacto do papel das indústrias culturais e criativas nos postos de trabalho e emprego em todo o mundo.
“As indústrias culturais e criativas representam um volume expressivo de postos de trabalho e emprego em todo o mundo, em torno de 6,1%. No âmbito da região ibero-americana responde por aproximadamente por 3,2% de todo o emprego, gerando aproximadamente entre 1,7% e 3,2% do PIB dos países que compõem essa região”.
“Entendo que a cultura é e deve ser um setor importante e estratégico para o desenvolvimento da região ibero-americana e naturalmente para o desenvolvimento do Brasil, onde ela é tão forte e tão pujante. Para essa visão multifacetada da cultura e suas diversas contribuições com diversos elementos, nada mais simbólico do que falar sobre diversidade cultural em Salvador”, declarou.
O encontro também refletiu sobre a cultura e o impacto social, oportunidades e os desafios para as políticas públicas do setor, procurando assegurar a participação da sociedade nesta ferramenta de transformação.
O secretário de Cultura de Salvador, Pedro Tourinho, apontou o grande desafio de desconstruir os alicerces de pensamento colonial e a importância da sociedade repensar este posicionamento. “Quando pensamos em cultura ibero-americana, temos um grande desafio pela frente, que é pensar de forma decolonial. Nós temos a obrigação de desconstruir esses alicerces de pensamento, de opressão, com os quais nós fomos construídos”, declarou Tourinho.
Ainda na abertura do evento, Callou destacou a importância da rede de cooperação entre os países ibero-americanos para a cultura: “a partir das experiências, das realizações, dos desafios postos dentro da implementação de tantas outras atividades e projetos, a gente consegue fazer com que essa rede de cooperação desenvolvida no âmbito da OEI possa seguir trazendo cada vez mais contribuições, aperfeiçoando seu trabalho e, de fato, contribuindo para a sua missão, que é cada vez mais avançar do ponto de vista do acesso e da efetivação da cultura como direito fundamental, que é aquilo que nós defendemos também como organização”, destacou.
O primeiro dia ainda foi marcado com reuniões de trabalhos e workshops com a participação de especialistas da OEI de diversos países. Na oportunidade, os participantes puderam debater sobre as experiências compartilhadas entre os países da Ibero-América, além de participar de oficinas direcionadas à gestão de projetos e iniciativas de políticas públicas para o fomento da leitura.
O segundo e último dia do encontro acontece nesta sexta-feira (12), no Auditório do Arquivo Público Municipal. Os interessados em participar dos fóruns abertos ao público devem fazer a inscrição por meio do link.