OEI defende transição energética justa e inclusiva durante Cúpula de Líderes da COP30

Educação, ciência e direitos humanos são pilares da descarbonização com equidade, afirma o secretário-geral Mariano Jabonero em Belém
A Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) destacou, nesta quinta-feira (7), a importância de colocar a educação, a ciência e os direitos humanos no centro da transição energética. O posicionamento foi apresentado pelo secretário-geral da OEI, Mariano Jabonero, durante a Sessão Temática 2 – Transição Energética, realizada na Blue Zone da Cúpula de Líderes da COP30, em Belém.
Em sua fala, Jabonero reafirmou que “a transição energética, para ser duradoura, deve ser justa — e só será justa se os países do chamado Sul Global, como os da América Latina e do Caribe, forem ouvidos”. Ele defendeu que a mudança para uma economia de baixo carbono deve ser encarada como uma política de desenvolvimento inclusivo, capaz de proteger os mais vulneráveis, reforçar a segurança energética e ampliar as oportunidades de uma prosperidade sustentável.
O secretário-geral também ressaltou a necessidade de fortalecer a integração regional e de investir na ciência e na educação como pilares para garantir a legitimidade social dessa agenda. “A verdadeira implementação começa nas escolas. Devemos formar uma consciência ambiental e cidadã desde a primeira infância”, afirmou.

Durante o discurso, Jabonero ecoou as palavras do presidente Lula, destacando que “falar de um mutirão global significa decidir com os territórios, coordenar com governos, academia e setor produtivo, e manter a integridade e a transparência entre metas, orçamentos e resultados”. Ele lembrou que a desconexão entre os salões diplomáticos e a vida real precisa ser superada com cooperação efetiva e financiamento transparente.
Na ocasião, o secretário-geral citou iniciativas concretas conduzidas pela OEI, como a parceria com o governo brasileiro na implementação de estratégias do Plano Clima, e o projeto Energytran, que conecta pesquisadores da América Latina e da Europa em temas como hidrogênio verde e lítio. Em ambos os casos, o foco está em transformar conhecimento científico em capacitação e empregos qualificados – especialmente para mulheres e jovens.
“Quando falamos de vulnerabilidade e transição justa, falamos de promover condições de igualdade, equidade e qualidade para todos. É uma questão de inclusão no mercado de trabalho, mas também de direitos humanos”, concluiu Jabonero.
O secretário-geral encerrou destacando que a COP30 não é um ponto de chegada, mas de partida: “Este é o momento de transformar compromissos em proteção real para pessoas e territórios, fortalecendo instituições, serviços e uma cidadania preparada para conduzir este desafio coletivo.”







