Pesquisa da OEI vai traçar um panorama sobre a Educação Infantil oferecida pelo Brasil às suas crianças
• O estudo do projeto “Primeiros Anos”, que trata da oferta da Educação Infantil de qualidade no Brasil, foi lançado durante a primeira edição do “Diálogos Sobre a Primeira Infância”, evento que reuniu pesquisadores, gestores públicos e sociedade civil nesta terça-feira, em Brasília. • A pesquisa servirá como base para formulação de novas políticas públicas específicas para os municípios do Brasil.
Brasília, 23 de agosto de 2022 – As interações e experiências que ocorrem na vida de uma criança de zero a 5 anos vão nortear sua formação ao logo de toda a vida. Países que não investem em Educação específica para essa faixa etária acabam tendo que lidar com problemas como baixo desempenho educacional, baixa produtividade econômica, taxas mais altas de criminalidade e aumento de custos com saúde. Já os países que implementaram melhorias na Educação para a primeira infância contabilizam um retorno de pelo menos 10% ao ano em escolaridade e desempenho profissional, redução de custos com reforço escolar, saúde e justiça penal.
Com base nessa constatação, foi lançada nesta terça-feira (23) a pesquisa do projeto “Primeiros Anos”, que vai traçar um panorama sobre o que vem sendo oferecido pela rede pública de ensino em todas as regiões do Brasil. A pesquisa é uma iniciativa da Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI).
O lançamento do estudo reuniu autoridades e pesquisadores nesta terça-feira, em Brasília, com diversas instituições, como Ministério da Educação, da Cidadania, CNE, CNJ, Rede Nacional da Primeira Infância, USP, dentre outras. O diretor da OEI no Brasil, Raphael Callou, destacou a importância do encontro que reuniu autoridades de diversos órgãos. “Foi um momento de ouvir e de compartilhar experiências e, a partir daí, construir alternativas aos desafios que estão postos, e que foram agravados pelo momento da pandemia. Nosso país é permeado por muitas desigualdades e muitas delas são observadas já na primeira infância, nessa etapa tão crucial da educação. Por isso, essa contribuição tão importante para a agenda de pesquisa e para essa área tão essencial é necessária”, declarou.
O ministro da Cidadania, Ronaldo Vieira Bento, que destacou a importância de um estudo que levantará informações para nortear novas políticas públicas para a primeira infância. “Esse projeto, que visa um olhar mais apurado, um diagnóstico da situação, da atenção à primeira infância”, disse. “É um primeiro passo para a gente desenhar novas políticas pública e melhorar as existentes”, afirmou o titular da pasta. A secretária executiva adjunta do Ministério da Educação, Sylvia Gouveia, destacou a parceria de longa data com a OEI e a importância da cooperação entre todos os entes envolvidos na educação para a primeira infância. Segundo ela, o tema é prioritário para o MEC, ainda mais após os efeitos negativos do período de pandemia da Covid-19, que afetou a educação como um todo, e acabou ampliando as desigualdades na primeira infância. “Esse projeto de hoje trata de um período crucial para a formação e para o desenvolvimento do ser humano. Sabemos que é na primeira infância que a criança possui capacidade ampla de assimilar conhecimento, desenvolver habilidades cognitivas e de linguagem”, comentou a representante da pasta da Educação.
A pesquisa será dividida em duas etapas: a primeira consiste em análises quantitativas de informações provenientes de bases de dados dos bancos nacionais (Censo Escolar, IBGE e Observatório da Criança e do Adolescente) para os 5570 municípios. Na segunda, será realizada uma coleta de dados primários em unidades de 10 municípios para conhecer a realidade da oferta da Educação Infantil nessas localidades nas cinco regiões brasileiras, garantindo a representatividade e a diversidade de todo o Brasil.
Sobre a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) – A Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) é o primeiro organismo intergovernamental de cooperação da Ibero-América. Desde 1949 trabalha fomentando a cooperação nos três campos de atuação nos 23 países membros. Conta com 18 escritórios nacionais e a Secretaria Geral em Madri.