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Institucional/OEI

Reestruturação do Fundo Amazônia blinda doadores contra mudanças políticas, diz representante da Noruega

Reestruturação do Fundo Amazônia blinda doadores contra mudanças políticas, diz representante da Noruega

24 de julho de 2024

Brasil

Desenvolvimento Social, Institucional e Cooperação

A liberação de recursos dos países parceiros passou a ser atrelada a resultados. Para o diretor de Clima e Meio Ambiente da Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento (Norad), Per Fredrik Pharo, essa medida permite a permanência do fundo por anos, independentemente de quem estiver à frente do governo.

Para viabilizar “politicamente” o Fundo Amazônia, a Noruega defende a manutenção do modelo de liberação do dinheiro atrelado a resultados, segundo o diretor de Clima e Meio Ambiente da Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento (Norad), Per Fredrik Pharo. Esse é, em sua opinião, o melhor sistema de parceria entre países, inclusive para justificar os gastos à população norueguesa.

A Noruega é a principal financiadora do Fundo Amazônia, suspenso durante o governo brasileiro de Jair Bolsonaro. Em 2019, o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, extinguiu os comitês responsáveis pela gestão dos recursos, formados por exigência contratual. Sem os grupos, o fundo ficou congelado. Criado há 15 anos, ele é gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Até agora, soma apoio de R$ 2,5 bilhões e desembolso de R$ 1,6 bilhão destinados a 114 projetos.

“O Brasil entrega resultados”, disse Pharo, durante o painel ‘Desenvolvimento Sustentável e o Papel do Estado’, no States of The Future, evento paralelo do G20. “Tudo parece fácil, mas do lado político é muito difícil. É necessário muito consenso social. O Brasil na administração Lula tem sido exemplar. É possível ver isso no Fundo Amazônia”, complementou Pharo, em sua fala sobre as medidas que estão sendo tomadas pelo governo para conter o desmatamento.

Durante o debate, ele ainda foi provocado pela ex-vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), Thelma Krug, que pediu que a Noruega não impusesse “moratória” ao Brasil. O argumento da cientista é que, com a suspensão do fundo, foram desmobilizados os agentes de fiscalização e instituições, o que levou ao aumento do desmatamento na Amazônia.

“De uma maneira que, hoje, a gente não consegue usar o Fundo Amazônia porque não vamos abaixo daquele nível de referência que existe para que você seja qualificado a justificar que reduziu suas emissões. Vamos ter que conversar com o pessoal da Noruega”, afirmou Krug.

Em resposta, Pharo negou que haja uma moratória e disse ainda que a Noruega fez nova contribuição. No último dia 26, o país liberou mais R$ 273 milhões.

Também presente ao evento, o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco, avalia ser necessário construir políticas estruturantes e duradouras que superem a transição de governo. Segundo ele, enquanto o fundo esteve suspenso, a verba não foi desvirtuada porque ele era gerido pelo BNDES e não por instituições internacionais.

“Pior teria sido se os recursos tivessem sido deslocados para outras prioridades, como se tentou fazer. O que aconteceu foi que os recursos ficaram congelados e aplicados no mercado financeiro. Conseguimos, na governança do fundo, uma garantia de que não haveria mudança de estratégia”, afirmou.

O States of Future é realizado pelos ministérios da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), das Relações Exteriores (MRE), do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A organização é da Maranta e da Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI). Apoiam o States of the Future a Open Society Foundations e a República.org.

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