Santillana, Organização de Estados Ibero-americanos e Fundação Santillana divulgam vencedores de prêmio para projetos sustentáveis em escolas da América Latina
Recuperação de manancial e equipamento de energia cinética para recarregar celular foram os escolhidos na etapa brasileira.
A criação de um parque com área reflorestada ao lado de uma lagoa, idealizado por crianças do quinto ano do ensino fundamental do interior de São Paulo; e o desenvolvimento de uma pulseira em que o calor produzido pelos movimentos humanos se transforma em energia para recarregar o celular foram os cases vencedores da etapa nacional (Brasil) do Prêmio Escolas Sustentáveis, criado este ano pela Santillana, Fundação Santillana e pela Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI). Escolas de México e Colômbia também estão participando e os vencedores em cada país concorrerão ao prêmio internacional, que será conhecido em novembro.
“Consideramos um sucesso a primeira edição do Prêmio, com a inscrição de quase 800 escolas no Brasil, com projetos de relevância e impacto positivo nas comunidades. Os objetivos dos projetos vencedores se unem ao ideário da OEI, que busca fortalecer a educação, a ciência e a cultura como ferramentas para o desenvolvimento humano, construindo um presente e um futuro melhor para todos”, destacou Leonardo Barchini, diretor da OEI Brasil.
O anúncio dos vencedores ocorreu ontem, em cerimônia realizada no Auditório Anna Peliano do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada de Brasília (DF), com diversas autoridades presentes.
“Ficamos muito felizes ao constatar a qualidade dos projetos apresentados e o impacto que eles geraram positivamente para as comunidades escolares e a população do entorno. É um prêmio que valoriza a inciativa cidadã”, afirma o diretor global de Comunicação e Sustentabilidade da Santillana, Luciano Monteiro.
O projeto de recuperação da área degradada às margens da Lagoa Espelho D´Água, em Jundiaí, no interior de São Paulo, foi desenvolvido por alunos da escola pública e rural de educação infantil EMEB Irmã Flórida Mestag. Localizada no Bairro do Mato Dentro, às margens da Rodovia Engenheiro Constâncio Cintra, a escola tem 180 alunos e fica em área de manancial, pertencente à bacia do Rio Capivari. Pensando em reverter um quadro de assoreamento, erosão e ausência de mata ciliar em região próxima à escola, alunos do 5EF desenvolveram o projeto “Água e Solo. Tamo Junto”. Eles fizeram o diagnóstico da situação e propuseram ao prefeito do município de Jundiaí a criação do Parque Urbano do Mato Dentro, com reflorestamento no entorno da lagoa, melhorias de urbanização e infraestrutura, limpeza e conservação do local, com criação de área de lazer, pista de caminhada e corrida, e academia ao ar livre, já que o bairro onde fica a escola não contava com áreas de lazer, parques ou centros esportivos. “Estamos muito felizes com o reconhecimento desse projeto que transformou do ponto de vista ambiental e social a nossa comunidade, numa zona rural. São três bairros e cerca de 4 mil pessoas impactadas”, ressalta Tania Vilela, diretora do EMEB Irmã Flórida Mestag. Ela conta que pretende usar os recursos recebidos do prêmio em novo acesso da escola para a lagoa e um projeto de robótica.
O segundo projeto vencedor no Brasil foi o “MovePlus”, desenvolvido por alunos de Ensino Médio do Centro de Ensino Sesi Gama, do Distrito Federal. Ao se darem conta do gasto de energia elétrica com o carregamento de celulares, eles recorreram a um produto à base de energia térmica-cinética, produzida e liberada por movimentos do corpo humano, e criaram uma pulseira que armazena a energia gerada e posteriormente a libera para recarregar os aparelhos celulares e tablets. A premissa do projeto é que, de acordo com estudos da USP, um adulto libera uma média de três quilowatt-hora diariamente. Após ser finalizado, o projeto foi apresentado para 60 profissionais do SESI, SENAI e UNB, que indicaram materiais que seriam necessários para o desenvolvimento do MovePlus. As pulseiras são também recicláveis. “Esse prêmio é um reconhecimento ao esforço dos nossos alunos e a toda responsabilidade que eles tiveram no desenvolvimento desse projeto”, diz o professor Wanderson Gomes da Silva, do Sesi Gama.
Saiba mais sobre a seleção dos projetos
Mais de 790 projetos foram inscritos por escolas brasileiras para participar da premiação internacional que reconhece iniciativas de cunho socioambiental com impactos positivos nas comunidades do entorno das instituições de ensino. Desse total, 30 foram escolhidos por um júri técnico e passaram por uma votação popular.
Os três projetos mais bem avaliados, com notas de 1 a 5, ganharam pontos que foram somados à nota da Comissão Julgadora Nacional. Ao final, dez projetos, sendo cinco de cada categoria – Ensino Fundamental e Ensino Médio – foram escolhidos para a grande final brasileira. As duas escolas vencedoras, uma em cada categoria, irão receber a quantia de R$ 15 mil reais, cada uma, como forma de incentivo para a continuidade de suas práticas sustentáveis. Ambas as instituições ainda se classificam para a etapa internacional da premiação, em novembro, em que concorrerão com instituições de ensino de México e Colômbia ao prêmio final de R$25 mil.