CILPE 2023: o potencial do português e do espanhol consolida-se no Paraguai nos dias 23 e 24 de maio
A Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola CILPE 2023, dinamizada pela OEI e pelo Governo paraguaio, será dedicada ao tema Línguas, Comunicação, Educação Intercultural e Diversidade.
É já nos próximos dias 23 e 24 de maio que tem lugar em Assunção, no Paraguai, a Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola – CILPE, numa terceira edição dedicada ao tema Línguas, Comunicação, Educação Intercultural e Diversidade, promovida pela Organização de Estados Ibero-americanos (OEI), em colaboração com o Governo do Paraguai.
Com estas grandes temáticas como pano de fundo, a edição deste ano organizará os seus painéis e atividades em três grandes eixos: Somos o que lemos: línguas, literaturas, comunidades; Línguas e Educação Intercultural; e O poder e o valor da comunicação. O objetivo é colocar em destaque a relação entre duas línguas, o português e o espanhol, que em conjunto formam uma comunidade de 850 milhões de falantes em todo o mundo, dimensões comparáveis ao idioma chinês.
Eixo 1 – Somos o que Lemos: Línguas, Literaturas e Comunidades
Este eixo pretende colocar a leitura e a literatura na vanguarda do debate como espaço de pertença, de afirmação e de construção de identidades, enquanto a crescente digitalização cultural tem levado a mudanças significativas nos processos e formas de ler, na noção de leitor e nos formatos e espaços de leitura.
Propõe-se, por isso, um debate em torno dos desafios inerentes à concretização de uma sociedade de leitores a partir de perspetivas como a das vozes da literatura na construção das leituras do mundo; o papel fundamental das comunidades de leitura na promoção da leitura; e as políticas públicas de leitura enquanto elemento essencial para o desenvolvimento e consolidação das próprias democracias.
Participarão, neste eixo, especialistas de instituições ibero-americanas especializadas, como o Instituto Cervantes, o Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário e a Fundação José Saramago, de Portugal, e serão destacadas algumas experiências regionais de sucesso na promoção da leitura, como o programa Iberleitura, da OEI, e o “Leia na Esquina”, do Brasil. Discutir-se-á, ainda, o legado do escritor paraguaio Augusto Roa Bastos, referência da literatura latino-americana.
Eixo 2 – Línguas e Educação Cultural
Que visões, que estratégias, que princípios poderão orientar uma Escola do futuro, multicultural e bilingue? Serão estes questionamentos o ponto de partida para duas sessões nas quais teóricos, técnicos, responsáveis políticos e outros atores sociais abordarão boas práticas, oportunidades e desafios inerentes à construção de um espaço escolar que saiba, não apenas acomodar e viver com o multilinguismo e a multiculturalidade, mas, mais que isso, torná-los enquanto agentes essenciais de alunos que estão a formar a sua visão do mundo, de si próprios e de si próprios no mundo.
No painel “Territórios em expansão”, serão destacadas algumas experiências ibero-americanas de sucesso em matéria de educação intercultural, como o projeto “Escolas de Fronteira”, desenvolvido na fronteira entre Portugal e Espanha, e o “Cruzando Fronteiras”, realizado em escolas da fronteira do Brasil com os seus vizinhos falantes de língua espanhola.
Eixo 3 – O Poder e o Valor da Comunicação
Com este terceiro eixo, pretende-se debater e aprofundar a importância que as duas línguas podem ter na conexão de pessoas além-fronteiras, na promoção da compreensão, diálogo e cooperação entre países. O foco estará também na importância da linguagem clara na administração pública, assim como no papel da comunicação para o incremento da responsabilidade social e da necessidade de consumo de informação fidedigna, ética e respeitante dos direitos humanos e democráticos.
Com especialistas de universidades; agências, como a Llorente y Cuenca e a Agência EFE; e instituições, como a Fundação Roberto Marinho, do Brasil, a Academia Paraguaia da Língua Espanhola e a Rede de Linguagem Clara, este eixo abordará também a situação das línguas espanhola e portuguesa na luta contra a informação falsa nos espaços digitais.