Cabo Verde com interesse em integrar Rota dos Tambores do Atlântico
Representantes do projeto da OEI, financiado pelo Camões, I.P., estiveram em Cabo Verde para apresentar o projeto na CILPE 2025 e reunir com entidades ligadas à cultura.
A coordenadora do projeto Rota dos Tambores do Atlântico (RTA), Paula Barros, e o consultor Jordi Tresserras estiveram na cidade da Praia, em novembro, a propósito da IV Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola (CILPE 2025), na qual apresentaram o trabalho da RTA. No âmbito da missão, mantiveram reuniões com a presidente do Instituto do Património Cultural (IPC), Ana Samira Silva, e com o ministro da Cultura e Indústrias Criativas, Augusto Veiga.
Nas reuniões, as autoridades cabo-verdianas demonstraram grande interesse em integrar uma nova fase do projeto, criada a possibilidade de expansão dos países envolvidos.
Na audiência com o ministro Augusto Veiga, foi manifestado total empenho e disponibilidade para colaborar na dinamização desta iniciativa. O governante sublinhou que Cabo Verde possui ricas manifestações culturais expressas através do tambor, elemento central da identidade musical e simbólica do país.
Também a presidente do IPC referiu a oportunidade do encontro e afirmou total disponibilidade em participar no projeto e/ ou noutras iniciativas que tocam as questões da cultura e do património. Em termos de Património Imaterial, foi partilhado o trabalho em curso em temas como a Morna, a Olaria de Fonte de Lima, a Tabanca, o Batuque, a Cimboa e as Tradições Orais.
Localizado no cruzamento entre três continentes, o arquipélago de Cabo Verde é um ponto privilegiado para intercâmbios construtivos. O país e a sua música estão intrinsecamente conectados. Berço da morna, do funaná ou do batuque, por exemplo o país desenvolveu uma identidade musical forte, que reflete a sua diversidade cultural. Destacam-se os ritmos intensos produzidos sobretudo pela percussão, com tambores e outros instrumentos que dão vida a uma das expressões culturais mais marcantes, que reforça a ligação ao continente africano. Trata-se de uma tradição em contínua evolução, aberta a novas influências e estilos.
Nesse contexto, o país promove e recebe diversas Feiras e Festivais, com os quais a Rota dos Tambores poderá criar sinergias. É disso exemplo o Atlantic Music EXPO, um encontro de profissionais da música de Cabo Verde, África e de todos os cantos do Atlântico identificado como “uma plataforma para intercâmbios transatlânticos culturais”.
