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“Educação remota de emergência” longe de ser a transformação digital que a educação necessita

“Educação remota de emergência” longe de ser a transformação digital que a educação necessita

14 de julho de 2022

Portugal

Educação e Formação Profissional

“Educação remota de emergência” está longe de ser a transformação digital de que a educação necessita, foi um dos alertas deixado por Mariano Jabonero, secretário-geral da OEI, citando o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no seminário “Transformação Digital na Educação”, transmitido a partir da Universidade do Minho e que decorre ontem e hoje, em formato híbrido.

Contou com a participação do ministro da Educação, João Costa, que alertou que, “através do acesso ao digital temos uma avalanche de informação, mas isso não é conhecimento nem se traduz em sabedoria” destacando o papel dos professores, profissionais qualificados, para a construção das aprendizagens, sublinhando a importância das relações humanas no ato educativo – relatando-o como uma conclusão a que chegámos depois dos dois últimos anos em que o Mundo atravessou uma pandemia por covid-19.

Mariano Jabonero, Secretário-Geral da OEI, descreveu o impacto da OEI nas mais de sete décadas de existência e destacou a ação desenvolvida entre os países que compõem a organização. Relativamente à educação, apontou a pandemia como uma grande alavanca do digital, mas também um fenómeno que pôs a descoberto as “vergonhas”, como falta de inclusão, de igualdade e de qualidade do acesso à educação. Deixa o repto de que o flagelo da covid-19 sirva de motor para procurar corrigir essas desigualdades e que venha a gerar sistemas mais equitativos e mais eficazes.

O painel contou também Roberto Fulcar, Ministro da Educação da República Dominicana, que descreveu a resposta que o seu governo, com destaque para a ajuda de diversas organizações não governamentais e muito voluntariado de professores, deu à pandemia. Revelou que o país, em vez de fechar as escolas como aconteceu em outras geografias, optou por fazer um esforço articulado de uma resposta o mais rápida e eficaz possível. Através da radio, televisão e internet, produziram conteúdos a que chamaram “A pandemia em casa” depois de um processo de formação de docentes em menos de um mês e de dotarem a comunidade escolar de computadores com acesso a dados.

Albano Zacarias da Costa, Secretário Executivo da CPLP, em mensagem gravada felicitou a organização e destacou a relevância da discussão do tema para a cooperação internacional entre os países.

A vereadora da Educação da Câmara Municipal de Braga, Carla Sepúlveda, em representação do presidente desta instituição, partilhou a experiência da sua autarquia na dotação de meios digitais, através dos projetos que têm implementados no terreno para que a escola possa abraçar este “mundo novo que está a chegar”, dando o exemplo dos manuais escolares, sublinhando a importância da formação dos professores e referindo que a interação interinstitucional é fundamental para a obtenção de resultados.

Henrique Santos, investigador da Universidade do Minho, trouxe à reflexão importantes temas relacionados com o ciberespaço, lançando importantes reptos aos professores e às instituições de ensino para utilizarem as ferramentas digitais a seu favor porque a área que “porventura terá mudado mais nos últimos tempos foi a da comunicação”, um desafio que as gerações atuais e futuras colocam aos profissionais que estão hoje no ativo, muitos já numa fase avançada da sua carreira.

Seguiu-se a mesa-redonda sobre digitalização sustentável, segura e inclusiva, com o ministro da Educação, João Costa; Mariano Jabonero, Secretário-Geral da OEI; João Boaventura Ima-Panzo, diretor de Ação Cultural e Língua Portuguesa, CPLP; e Roberto Fulcar, Ministro da Educação da República Dominicana, onde foram destacados os principais problemas da inclusão e do abandono escolar de milhares de jovens em todo o Mundo e a proposta de caminhos de atuação, que passam pela cooperação internacional e por programas concretos de resposta no terreno.

Encerrou o dia de quarta-feira com o painel de debate sobre “Modelos híbridos no futuro das aprendizagens” com Mariano Fernández Enguita, da Universidade Complutense de Madrid; Neuza Pedro, do Instituto de Educação, Universidade de Lisboa; e Marco Bento, da Escola Superior de Educação de Coimbra e Centro de Investigação em Educação da Universidade do Minho, que procuraram apontar soluções para sistemas híbridos, em que o digital representa uma parte inovadora da forma de comunicar e que, de certa forma, é agente transformador dos próprios conteúdos.

Oradores de vários continentes

No segundo dia de seminário,  quinta-feira, às 12h00, a mesa redonda “Digitalização na educação”, integrada no Ano Europeu da Juventude, reúne a participação do secretário-geral do Organismo Internacional de Juventude para a Iberoamérica, Max Trejo, dos presidentes do Conselho Nacional da Juventude de Portugal e do Brasil, respetivamente Rui Oliveira e Marcus Barão, da presidente do Fórum da Juventude da CPLP, Aissatu Forbs Djaló, e da coordenadora para a Juventude da Conferência de Ministros da Juventude e Desporto da CPLP, Paulo Fontes.

O programa inclui, também, debates sobre inteligência artificial na educação e sobre as respostas regionais, nacionais e alianças estratégicas, através da participação do ex-ministro da Educação do Peru, Ricardo Cuenca, da Diretora para a Educação da OEI, Tamara Díaz, e do coordenador da Estrutura de Missão Portugal Digital, Bernardo Sousa. A conferência de encerramento vai ser proferida, às 17h30, pelo presidente do Conselho Assessor da OEI, Otto Granados, sob a moderação de Ana Paula Laborinho, Diretora da OEI em Portugal, e José José Augusto Pacheco, professor da Universidade do Minho, coorganizadores do seminário.

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