Internacionalização e economia das línguas encerram primeiro dia da CILPE2019
Encerrou o primeiro dia da primeira Conferência Internacional de Línguas Portuguesas e Espanholas, na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.
- O projeto “escolas de fronteira” da OEI envolverá a implementação de currículos educativos integrados nas localidades fronteiriças nos países de língua oficial portuguesa e espanhola.
- Os especialistas asseguram que a linguagem funciona como uma “moeda única” que ajuda a internacionalização das empresas, reduzindo os custos de entrada num novo mercado, do posicionamento da marca e marketing dos produtos.
Encerrou o primeiro dia da primeira Conferência Internacional de Línguas Portuguesas e Espanholas, na Fundação Gulbenkian, em Lisboa. Promovida pela Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), a CILPE 2019 refletiu sobre a produção científica, o ensino, o valor económico das duas línguas e as políticas linguísticas para a sua internacionalização.
O painel 1, “Espanhol e Português: duas línguas com futuro”, concluiu com a necessidade de aumentar a produção científica e linguística em espanhol e português, bem como de inter- relacionar os currículos educativos, algo que está a ser realizado pelo projeto das escolas fronteiriças da OEI nos centros situados nas fronteiras nacionais entre os países de língua portuguesa e de língua espanhola. Significa destacar a importância da fronteira como um lugar de oportunidades e a criação de alianças estratégicas.
No painel 2 foi discutida a relevância da língua e da cultura nos processos de internacionalização das empresas. A língua ajuda nos processos de internacionalização das empresas nos mercados em que vão operar: reduz os custos de entrada produzidos pela língua comum, reduzindo a distância psicológica ao país de chegada e a perceção do risco empresarial. A linguagem comum ajuda a identificar os parceiros, a conhecer melhor as normas e as autoridades locais, bem como os gostos e preferências dos consumidores, traduzindo-se assim numa redução do custo do marketing. Trabalhar a nível empresarial numa língua diferente aumenta os custos de promoção da marca e de marketing do produto em 1 a 2%. Até certo ponto, a linguagem funciona como uma moeda única que ajuda na internacionalização.
No painel 3 refletiu-se sobre qual a relevância da mobilidade académica e do intercâmbio entre sistemas educativos e como incentivar a produção científica em português e em espanhol. Viviane Bagio Furtoso sublinhou que a internacionalização das línguas deve começar em casa e que não é necessário ter medo da internacionalização. A professora do SIPLE, da Universidade de Londrina, fez questão de frisar o potencial da produção científica em ambos os idiomas, no entanto, afirmou que o medo da globalização pode ser infundado e que é necessário não incorrer nos erros da hegemonia.
As línguas espanhola e portuguesa estão entre as mais faladas no mundo. O espanhol é a segunda língua materna mais falada no mundo e o português é a segunda língua materna com presença em mais continentes. São dois idiomas que facilitam a comunicação global, o ensino, a ciência e os negócios. Em 2016, a contribuição dos países de língua espanhola para o Produto Interno Bruto mundial foi de 6,9%, já os países de língua portuguesa representam, nos dias de hoje, 3,6% da riqueza do planeta.
O programa completo pode ser consultado no site da CILPE2019 (www.cilpe2019-oei.org). Nas redes sociais, a conferência pode ser seguida com o hashtag #CILPE2019
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