Mais de 3000 jovens formados na Academia de Líderes Ubuntu LATAM, um projeto que junta a OEI e o IPAV
Colômbia, Peru, Venezuela, Brasil e México já são parte da Rede Ubuntu LATAM e somam 3.839 participantes, entre jovens e formadores. Atualmente, existem 14 Escolas Ubuntu na região.
Em 2019, a Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI) e o Instituto Padre António Vieira (IPAV) aliaram-se para fortalecer a liderança servidora na América Latina, através do método Ubuntu, para responder aos problemas sociais, de imigração, violência e desigualdade que afetam a região.
Para celebrar cinco anos de atividade e parceria, na data em que se celebra o Dia dos Direitos Humanos, é lançada “Ubuntu na América Latina: Construir Esperança”, uma publicação que reúne informação sobre o desenvolvimento do projeto, incluindo indicadores, a explicação da filosofia e da metodologia Ubuntu com partilha de experiências e testemunhos de participantes.
“O Ubuntu, em suma, deu sentido a uma vida que parecia perdida. Graças a um processo que parece curto, consegui colocar toda a minha vida nos eixos”, partilha Valentina Villa, participante da ALU na Colômbia. “Hoje continuo a descobrir-me e a construir-me como pessoa através da filosofia Ubuntu para ser melhor para mim e para os outros”, afirma Gabriela Ruiz, formadora do Ubuntu México.
A aliança entre a OEI e o IPAV para a promoção do Ubuntu na América Latina teve como propósito inicial apresentar e apoiar a implementação da metodologia Ubuntu para a formação de jovens, líderes comunitários e educadores/professores. Agora, o objetivo é fortalecer uma rede Ubuntu Ibero-América, que inclui também os parceiros portugueses e espanhóis Ubuntu, fortalecendo o projeto da Academia de Líderes Ubuntu na região. Esta é uma das atividades que concretiza o Programa de Direitos Humanos, Democracia e Igualdade da OEI.
Fotografia: Miguel Fernando Jaramillo
Eu sou porque tu és
Ubuntu é uma combinação de dois termos que significam “tornar-se pessoa”. É uma filosofia com origens africanas que afirma que “Eu sou porque tu és”, ou seja, só posso ser pessoa através de outras pessoas. A abordagem aponta para a interdependência e complementaridade como condições do ser humano, acreditando que nos tornamos mais pessoa ao relacionarmo-nos.
O projeto Ubuntu utiliza um modelo pedagógico de educação não-formal. O objetivo é promover competências socioemocionais com impacto transversal na vida dos participantes, nomeadamente, autoconhecimento, autoconfiança, resiliência, empatia e serviço. O método é baseado em três princípios: liderança servidora, construção de pontes e ética do cuidado.