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A cultura ibero-americana, gravemente ferida pela Covid-19: isto é o que as organizações internacionais apontam em um estudo regional sem precedentes

A cultura ibero-americana, gravemente ferida pela Covid-19: isto é o que as organizações internacionais apontam em um estudo regional sem precedentes

30 de março de 2021

Secretaria-Geral | Argentina | Bolívia | Brasil | Chile | Colômbia | Costa Rica | Equador | El Salvador | Guatemala | Honduras | México | Nicarágua | Panamá | Paraguai | Peru | Portugal | República Dominicana | Uruguai

Cultura

A cultura na Ibero-América registrou perdas de até 80% em mais da metade das empresas do setor, de acordo com um estudo conjunto realizado pela OEI, Mercosul, Unesco, BID e SEGIB.

Qual foi o impacto real da COVID-19 no setor cultural ibero-americano em 2020? A resposta foi revelada na Avaliação do impacto da COVID-19 nas indústrias culturais e criativas, uma iniciativa conjunta do Mercosul, Unesco, BID, Segib e OEI.

Os resultados do estudo, cujo resumo foi apresentado em dezembro passado pelas altas autoridades e especialistas das organizações envolvidas, indicam que a criação de valor econômico do setor registrou uma queda de 13,75% no segundo semestre de 2020, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Neste sentido, é necessário lembrar que as indústrias criativas e culturais representam entre 2 e 4% do PIB na economia da região, estimando que mais de 2,6 milhões de empregos foram comprometidos pelas medidas tomadas pelos países para conter a crise sanitária e a consequente crise econômica. O estudo também revela que mais da metade das empresas do setor registraram uma queda de 80% em suas vendas, assim como 64% dos freelancers viram sua renda reduzida em mais de 80%. Uma verdadeira crise para o setor, considerando as altas porcentagens de trabalhadores informais e os altos níveis de desproteção social em toda a região que já sofriam antes da chegada da pandemia.

O estudo

A análise conjunta foi realizada desde junho de 2020, em três fases. Primeiro, foi feito um estudo do impacto macroeconômico sobre o setor a partir de informações quantitativas e qualitativas fornecidas e validadas pelos países participantes (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, México, Peru, Paraguai e Uruguai); paralelamente, um levantamento da percepção do impacto sobre os trabalhadores e empresas, com a correspondente análise dos resultados; e, por último, um workshop com representantes dos países da região, com o fim de gerar indicadores de medição sobre a cultura que possam ser padronizados no nível SICSUL (Sistema de Informação Cultural do Sul) do MERCOSUL Cultural.

A pesquisa, da qual participaram mais de 6.500 trabalhadores e empresários da área cultural ibero-americana, mostrou que os setores mais castigados foram as atividades culturais e de entretenimento, o artesanato e as artes. Por sua vez, os trabalhadores mais prejudicados pela redução de sua renda foram os informais, com educação básica ou técnica, e salário pré-covid inferior a US$ 250 mensais, provenientes de regiões periféricas e que não conseguiram adaptar seu trabalho à modalidade remota.

O estudo também incluiu uma análise de 218 políticas públicas implementadas em vários países, que constatou um aumento dos orçamentos para a cultura em toda a região, como consequência da pandemia, bem como a forma de apoio direto e multissetorial, principalmente voltado para pessoas físicas.

Os números negativos da cultura na pandemia

A análise dos dados quantitativos indica que praticamente todos os ramos de atividade correspondentes às indústrias criativas e culturais apresentaram dados negativos para o segundo trimestre de 2020 e que, até junho, o cancelamento das atividades tinha atingido pelo menos 83% dos espaços culturais, sendo 2.564 salas de cinema, 6.908 teatros, 7.516 museus, 21.928 bibliotecas e 11.304 centros culturais dos países ibero-americanos.

Já o impacto da pandemia na variação do valor econômico agregado de toda a indústria cultural no segundo trimestre de 2020 afetou particularmente o setor do patrimônio, que diminuiu 75%; enquanto o setor das artes cênicas se contraiu em 44%; a formação artística, 25%, e a música, 23%.

Ações conjuntas para recuperar o setor

Na fase final do estudo, realizou-se um workshop de 8 sessões de trabalho, com representantes do governo de onze países da região, no qual se apresentaram propostas para gerar indicadores sobre cultura e desenvolvimento, tais como contas satélites de cultura, grandes análises de big data, avaliação pós-catástrofe e indicadores culturais destinados a alcançar a Agenda para o Desenvolvimento Sustentável de 2030.

A atividade teve como finalidade estruturar um plano de trabalho conjunto para padronizar indicadores e metodologias, bem como contar com a cooperação regional e promover intercâmbios técnicos visando fortalecer os sistemas de informação cultural e políticas públicas de alcance regional.

 

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