A OEI apresenta em Madri a Cátedra Cartagena de Integração Ibero-Americana

Sob o título  “O desafio da integração, para onde vai a Ibero-América?”, esta manhã, a Casa da América de Madri acolheu a apresentação na Espanha da Cátedra Cartagena de Integração, um espaço de formação e reflexão sobre os desafios da integração dos países ibero-americanos. A Cátedra, impulsionada pela OEI, a Corporação Escenarios, a Câmara de Comércio de Cartagena e a AECID, visa estabelecer canais de informação e ação, para que os novos líderes de países ibero-americanos possam definir uma agenda de integração regional, com base nos princípios da defesa da democracia, dos direitos humanos e da paz como um capital histórico da região.

Durante seu discurso, o ex-presidente da Colômbia Ernesto Samper ressaltou que esta cátedra pretende latinizar a agenda da Espanha, que em sua opinião está pouco focada na América Latina. A este respeito, o atual presidente da Corporação Escenarios afirmou que “precisamos da voz da Espanha nos acordos de paz da Colômbia, um processo no qual, pela primeira vez na história, foi aplicada a justiça de transição, que significa que todos os envolvidos tenham que responder a verdade às vítimas e que exista um compromisso de não repetição do sucedido para que os 15.000 combatentes encontrem um lugar na sociedade, que anteriormente procuraram através do conflito”.

Por sua vez, o secretário-geral da Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), Mariano Jabonero, relatou que "no objetivo fundamental do nosso organismo, o decano da cooperação multilateral na região com quase 70 anos, consta a coesão da Ibero-América e isso é demonstrado pelos os milhares de ibero-americanos que participaram em nossos projetos para compartilhar educação, cultura e ciência e gerar conhecimento nesse processo. A OEI colabora para a construção da cidadania ibero-americana, com o impulso a esta Cátedra, bem como com um projeto próprio, que será o próximo lançamento da OEI e do Instituto de Educação em direitos humanos, democracia e cidadania”.

Em seu pronunciamento, Zapatero destacou a atual disputa entre os EUA e a China pelo controle da América Latina, ao mesmo tempo em que afirmou que “não haverá países estáveis, nem coesão, nem existência pacífica, nem segurança se as desigualdades continuem definindo o perfil social da América Latina. Este é o momento da Ibero-América, mas temos que apostar no diálogo político, o que somente um país como a Espanha e uma comunidade como a União Europeia podem fazê-lo com humildade”.

Juan Pablo de Laiglesia, secretário de Estado para a Cooperação Internacional e para a Ibero-América e o Caribe, enfatizou a visita do presidente Pedro Sanchez a quatro países latino-americanos, o que evidencia o propósito do atual Executivo de rebilaterizar as relações da Espanha com a América Latina.

A segunda sessão da conferência, intitulada “A integração ibero-americana vista a partir da perspectiva da Espanha”, contou com a participação do diretor-geral da Fundação Telefônica, José María Sanz Magallón; da responsável de Universidades, Juventude e Planos Especiais da Fundação ONCE, Isabel Martínez Lozano, e do senador socialista Vicente Álvarez Areces.

No decorrer de seu discurso, Magallón manifestou que, graças ao mundo digital, a integração ibero-americana pode crescer cada vez mais. Por sua vez, Martínez Lozano salientou que a educação é o elemento mais empoderante para garantir a integração na Ibero-América no século XXI, porque é o que realmente integra ou exclui, em detrimento de outros, tais como o gênero, a deficiência ou o emprego.