A OEI adere ao Grupo de Amigos da Ação Climática Baseada na Cultura
A Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI) é o primeiro organismo regional de cooperação a integrar esta aliança global, liderada pelo Brasil e pelos Emirados Árabes Unidos.
Desde 25 de fevereiro, a Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) passou a fazer parte do seleto grupo de países e organizações da sociedade civil que compõem o Grupo de Amigos da Ação Climática Baseada na Cultura (GFCBCA, na sigla em inglês).
Trata-se de uma importante plataforma global de cooperação que busca fortalecer a colaboração entre o Norte e o Sul Global para consolidar a presença da cultura nas ações internacionais de combate às mudanças climáticas.
Além disso, baseada na convicção compartilhada de que a cultura — das artes à gestão do patrimônio — contribui para que as sociedades imaginem e construam futuros resilientes e de baixo carbono, essa aliança promoverá, entre outras iniciativas, mudanças de comportamento necessárias para o cumprimento dos objetivos do Acordo de Paris.
Para o diretor-geral de Cultura da OEI, Raphael Callou, a iniciativa é essencial para a proteção do patrimônio diante dos desafios socioambientais. “As mudanças climáticas estão afetando significativamente o patrimônio cultural. Agir em cooperação multilateral entre países é fundamental para garantir uma ação coordenada na prevenção e proteção do patrimônio cultural global”, destacou.
Essa iniciativa foi lançada no primeiro “Diálogo Ministerial de Alto Nível sobre Ação Climática Baseada na Cultura”, realizado durante a COP28, em Dubai, e é copresidida pelos Ministérios da Cultura do Brasil e dos Emirados Árabes Unidos. Seu objetivo final é lançar o primeiro Programa de Trabalho sobre Ação Climática Baseada na Cultura no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).
A adesão da OEI acontece em um momento de grande relevância para a região, que se posiciona como protagonista na luta pela preservação do planeta e no combate às mudanças climáticas. Belém do Pará, no Brasil, será sede da próxima COP30, em novembro deste ano, evento que contará com o apoio da OEI na sua organização, assegurando que esteja alinhado com os princípios de sustentabilidade e conservação da Amazônia.
Desde sua fundação, em 1949, a OEI tem promovido a cooperação por meio de projetos que integram sustentabilidade e progresso social. Entre suas iniciativas no Brasil, destacam-se programas de restauração de áreas degradadas, combate à desertificação e incentivo à pesca sustentável. Na área de educação e ciência, a OEI tem projetos como o Prêmio Escolas Sustentáveis, que já teve duas edições com mais de 2 mil candidaturas, e o projeto Energytran, do programa Horizonte Europa da União Europeia, que busca impulsionar uma transição energética limpa e justa para a Ibero-América e a Europa.
Atualmente, o Grupo de Amigos da Ação Climática Baseada na Cultura conta com 47 países membros, além do apoio de “parceiros do conhecimento” e organizações civis de diversas partes do mundo. A aliança também contribui para o Programa de Trabalho UAE–Belém, um plano de dois anos voltado para o desenvolvimento de indicadores que medem o Objetivo Global de Adaptação (GGA) do Acordo de Paris, com atenção especial ao patrimônio cultural.
