Arranca Energytran, o projeto da OEI para uma transição energética limpa e justa na Europa e na América Latina
O projeto de cooperação científica, integrado no programa "Horizonte Europa" da Comissão Europeia, foi oficialmente lançado na quarta-feira com uma reunião de arranque na sede da OEI, em Madrid, com a participação das 11 instituições que integram o consórcio.
Com o objetivo de promover a transição da Europa e da América Latina para fontes de energia mais limpas e sustentáveis, e sob um modelo de cooperação horizontal com elevado impacto social, a Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) lançou esta quarta-feira, 6 de março, a implementação do projeto ‘Energytran‘.
Esta iniciativa é financiada pela Comissão Europeia e visa desenvolver as energias renováveis, bem como políticas públicas e quadros regulamentares comuns na Europa e na América Latina e Caraíbas para uma transição limpa, sustentável e justa do sector energético. O objetivo é apoiar a tomada de decisões neste domínio com base nos resultados decorrentes da produção e transferência de conhecimentos entre os centros de investigação participantes.
O consórcio, liderado pela OEI, é constituído por universidades e instituições de investigação de 6 países ibero-americanos (Argentina, Chile, Costa Rica, Espanha, México e Portugal): EU- Solaris ERIC (European Solar Research Infrastructure for Concentrated Solar Power), INESC TEC (Portugal), Universidad Nacional San Martín (Argentina), Fundación Centro de Alta Tecnología (Costa Rica), Universidad Nacional del Nordeste (Argentina), Pontificia Universidad Católica de Chile, ERIC LifeWatch (E-SCIENCE European Infrastructure for Biodiversity), Instituto Politécnico de Setúbal (Portugal), Agencia Estatal Consejo Superior de Investigaciones Científicas (CSIC, Espanha) e Tecnológico Nacional de México.
Durante o lançamento, Andrés Delich, secretário-geral adjunto da OEI, saudou o lançamento do Energytran com a presença de todos os parceiros e destacou a capacidade de gestão e articulação da organização, que se reflecte numa média de 500 projectos de cooperação atualmente, o que é “uma garantia do sucesso do projeto na região”.
Por seu lado, Ana Capilla, diretora de Ensino Superior e Ciência da OEI, afirmou que esta iniciativa é um exemplo das novas prioridades de cooperação na região, um projeto de verdadeira cooperação científica que é reforçado pela capacidade da OEI de gerir projectos e produzir conhecimento, além de ser um ponto de encontro entre organizações e instituições de ambos os lados do Atlântico.
Cristiana Grosaru, responsável pelo projeto da Agência Executiva Europeia de Investigação da Comissão Europeia (REA), a partir de Bruxelas, partilhou alguns pontos-chave para a implementação do projeto no âmbito do programa Horizonte Europa, especialmente em termos de monitorização, relatórios e outros aspectos técnicos.
Andrés Delich e Ana Capilla, no evento de lançamento do projeto.
Transição energética para um mundo mais sustentável
O Energytran terá uma duração de 24 meses e, com uma abordagem transdisciplinar, centrar-se-á em três eixos de trabalho que incluem a tecnologia, a sustentabilidade e o impacto social. O objetivo é que as ações do projeto tenham um impacto positivo na qualidade de vida dos cidadãos de ambas as regiões, ao mesmo tempo que ajudam a combater desafios económicos como a redução das desigualdades, a mitigação das alterações climáticas e a promoção do desenvolvimento de sistemas de produção de forma sustentável, entre outros desafios.
A iniciativa será levada a cabo sob uma metodologia de “hélice quádrupla“, que incluirá a participação de organizações internacionais e instituições de investigação, pessoal científico, administrações públicas, empresas e sociedade civil na construção dos mais de vinte produtos que surgirão como resultado do projeto, incluindo uma monografia sobre lítio e hidrogénio verde, um inventário de infraestruturas de investigação para a transição energética, recomendações políticas, manuais, material de formação e uma plataforma sobre o ambiente na transição energética.
A Comissão Europeia selecionou a proposta da OEI, em julho do ano passado, pela sua “competência e liderança na área científica e pela sua capacidade de diálogo institucional com todos os países da América Latina”, o que tem sido evidente em iniciativas desta envergadura como o programa FORCYT (Programa para o Fortalecimento dos Sistemas de Ciência e Tecnologia), que também contou com o apoio da União Europeia e que, após dois anos de execução, concluiu com resultados positivos em 2023.