CILPE 2025 encerra reafirmando o português e o espanhol como línguas de conhecimento, inovação e cidadania global

Cerca de 1.200 pessoas, entre participantes presenciais e virtuais, acompanharam as discussões da quarta edição da CILPE, consolidado como o principal espaço ibero-americano de reflexão sobre a cooperação linguística.

Nesta quarta-feira, 12 de novembro, a IV Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola (CILPE) chegou ao fim com a reafirmação de ambas as línguas como línguas do presente e do futuro, globais e “indispensáveis” para o desenvolvimento sustentável dos povos da comunidade hispanófona e lusófona, que hoje somam cerca de 850 milhões de pessoas no mundo.

Durante dois dias, a IV CILPE, promovida pela Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), reuniu no auditório da Universidade de Cabo Verde mais de 70 especialistas de 12 países, com a participação de cerca de 1.200 assistentes presenciais e online.

Para encerrar, a escritora brasileira Ana Maria Gonçalves, primeira mulher afrodescendente a fazer parte da Academia Brasileira de Letras, proferiu um discurso no qual defendeu o poder da língua para “contar a história de quem somos como povo” e o conceito do pretoguês, “uma maneira de falar e estar no mundo para os afrodescendentes» e «uma ferramenta de descolonização”. “A literatura torna infinitas as oportunidades para o futuro”, destacou.

Todos os painéis da CILPE 2025, que este ano teve como tema «Multilinguismo, interculturalidade, cidadania», podem ser vistos através do canal do YouTube da OEI.

Durante a sessão final, foi anunciado que a quinta edição da conferência voltará à Península Ibérica e terá lugar em Espanha, em 2027. As edições anteriores tiveram lugar em Lisboa (2019), Brasília (2022), Assunção (2023) e Praia (2025).

Desde 2019, a CILPE consolidou-se como o espaço bienal de debate e análise mais influente em matéria de cooperação linguística entre as línguas espanhola e portuguesa, as mais faladas nos hemisférios ocidental e sul, respetivamente.

Esta edição da CILPE contou com o apoio do Governo de Cabo Verde (no âmbito das comemorações do seu 50.º aniversário), do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), da Universidade de Cabo Verde, da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), da Secretaria-Geral Ibero-Americana (SEGIB), do Camões – Instituto de Cooperação e da Língua Portuguesa, do Instituto Cervantes, do Instituto Guimarães Rosa, do Instituto Português do Oriente (IPOR) e da companhia aérea TAP.