O Fórum Internacional de Sustentabilidade e Educação destaca o papel das escolas na transformação cidadã
O evento foi o espaço para conhecer o vencedor internacional do Prêmio Escolas Sustentáveis 2024.
No dia 24 de outubro, aconteceu em Bogotá (Colômbia) o Fórum Internacional de Sustentabilidade e Educação, um evento organizado pela Santillana, pela Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) e pela Fundação Santillana.
Sob o lema “O papel das escolas na transformação cidadã”, o evento contou com mais de 5.000 inscritos de toda a América Latina e 150 participantes presenciais, que ao longo de toda a jornada puderam participar de diversas palestras sobre educação e sustentabilidade.
Os participantes também tiveram a oportunidade de acompanhar a entrega do Prêmio Internacional Escolas Sustentáveis, uma iniciativa que reconhece e dá visibilidade às escolas mais comprometidas com a sustentabilidade. Nesta segunda edição, a vencedora foi a escola Saint Hilaire, do Brasil, com seu projeto “Em busca dos jardins: formação de líderes femininas comprometidas com o desenvolvimento social da região”.
O evento foi transmitido ao vivo via streaming e pode ser assistido novamente nesta página web.
Abertura institucional
Apresentado pela jornalista colombiana Mabel Kremer, o encontro foi inaugurado por Luciano Monteiro, diretor de Sustentabilidade e Comunicação da Santillana; Milena Molina, gerente de Programas e Projetos de Educação da OEI; e Martín Colombo, diretor da Fundação Santillana na Colômbia.
Para Luciano Monteiro, “a sustentabilidade não é apenas uma palavra, é talvez a agenda mais importante do nosso tempo. Os eventos ambientais extremos, a desigualdade, a falta de equidade… tudo isso exige uma ação urgente. Na Santillana, conhecemos profundamente as demandas do continente e sabemos que nossa maior missão é formar, conscientizar e sensibilizar os milhões de alunos que temos na América Latina”, destacou.
Nesse sentido, Martín Lorenzo, diretor da OEI na Colômbia, em uma mensagem gravada, agradeceu aos participantes do fórum e reafirmou o trabalho da OEI junto à Santillana e à Fundação Santillana para consolidar a educação em sustentabilidade como um exemplo palpável do lema da organização, que é “fazer a cooperação acontecer”.
Por sua vez, Martín Colombo destacou o compromisso da Fundação Santillana em “derrubar as barreiras que impedem o aprendizado diverso”. Para ele: “A educação deve ser um motor, não apenas de desenvolvimento humano, mas também de desenvolvimento sustentável”, concluiu.
Especialistas internacionais
O evento contou com a participação de importantes especialistas internacionais. A primeira palestra foi “Educar para Revolucionar”, ministrada por Sonia Díez (Espanha), uma entusiasta da educação possibilista. Em sua apresentação, Sonia enfatizou a importância de diagnosticar os “problemas” da educação para poder agir. “A educação é o setor que mais impacta futuras gerações. Somos a profissão mais importante do ponto de vista da sustentabilidade, do planeta e das nossas sociedades”, destacou.
Em seguida, teve início um espaço em que os jovens foram os protagonistas: Francisco Vera (Colômbia), defensor dos Direitos Humanos e ativista climático, conectou-se por videoconferência para conversar com Allison Avendaño (Colômbia), empreendedora e CEO da Digital School, sobre o papel das novas gerações para enfrentar os desafios do presente e do futuro. Ambos compartilharam suas experiências, incentivaram os jovens a se expressarem e agradeceram aos educadores pelo seu trabalho: “Obrigado, educadores, por educar. A educação é a semente da sociedade”, enfatizou.
O fórum prosseguiu com um diálogo entre Luciano Monteiro e Nilma Gomes Lino (Brasil), pedagoga e ex-ministra dos Direitos Humanos, sobre os desafios para superar a desigualdade na educação, “um tema que atravessa toda a América Latina e o Caribe, com particularidades em cada país”. Para Nilma, “corrigir essas desigualdades exige políticas públicas corajosas e uma formação mais abrangente para os docentes”, afirmou.
Após uma breve pausa, Elisabeth Meza, coordenadora do grupo de Educação do Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Colômbia, apresentou a Política Nacional de Educação Ambiental do país e os projetos que estão sendo impulsionados em conjunto com o Ministério da Educação. “Tudo isso nos levou a realizar um trabalho intersetorial que, definitivamente, transforma a gestão pública”, concluiu.
Após sua apresentação, foi a vez de Beliza Coro (Equador), Ph.D. em Direito e Embaixadora OYW, que, em conversa com Rosa Junquera, diretora de Sustentabilidade do PRISA, compartilhou sua história de vida, um exemplo de como a educação pode ser uma ferramenta de mudança social, através do esforço e da autoliderança. Ela também falou sobre sua participação no programa #VoyaSer, da Santillana e Fundação Entreculturas-Fé e Alegria, que apoia meninas indígenas em situação de vulnerabilidade. “É momento de quebrar estereótipos. Se queremos entidades diversas, é hora de construir pontes, especialmente na América Latina, onde a diversidade é nossa maior riqueza”, afirmou.
A última palestra foi apresentada por Renato Opertti (Uruguai), sociólogo, mestre em pesquisa educacional e presidente do Conselho Consultivo da OEI, que falou sobre como a educação pode formar cidadãos globais para um mundo mais democrático. “A educação deve ter um propósito integral, deve educar para formar entidades cidadãs, promover a sustentabilidade e colocar o bem-estar socioemocional no centro”, comentou.
“Em busca dos jardins”, um projeto transformador
O Fórum Internacional de Sustentabilidade e Educação terminou com a entrega do prêmio internacional Escolas Sustentáveis. Após receber mais de 1.000 projetos de escolas do México, Colômbia e Brasil, seis centros educacionais chegaram à final. O vencedor foi a Escola Municipal de Educação Primária Saint-Hilaire, do Brasil, com seu projeto “Em busca dos jardins”, centrado na formação de líderes femininas comprometidas com o desenvolvimento social da região.
Iniciado em 2019, esse projeto tem como objetivo formar mulheres líderes por meio de mediações de leitura e diálogos sobre desigualdade de gênero, além de promover ações contra a violência de gênero, o autocuidado e a saúde mental. A iniciativa tem sido uma poderosa ferramenta para envolver a comunidade escolar e melhorar a qualidade de vida na região, abordando temas como abuso sexual e desigualdade educacional, ao mesmo tempo em que fortalece o protagonismo feminino.
Ao ser eleito o vencedor, este centro educacional recebe o troféu comemorativo de Escolas Sustentáveis e um prêmio de 25 mil reais, que visa estimular a continuidade de projetos em favor da comunidade e do entorno.
Tanto o projeto vencedor quanto outras iniciativas que participaram do concurso estarão disponíveis para consulta na página da Escolas Sustentáveis, com o intuito de dar visibilidade e inspirar outras instituições de ensino em sua busca pelo desenvolvimento sustentável.