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Área Ensino Superior e Ciência
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Especialistas ibero-americanos se reúnem em Madri para analisar o futuro da produtividade na região

Cerca de vinte especialistas e representantes do setor empresarial se reuniram para discutir políticas e estratégias necessárias para maximizar o impacto da educação superior na produtividade e competitividade da região.

Com o objetivo de analisar o estado da produtividade e da competitividade na Ibero-América e seus desafios mais imediatos e refletir sobre o papel das universidades nesse sentido, foi realizado nesta manhã o seminário  “Educación superior y productividad: hacia un futuro competitivo en Iberoamérica”.

Promovido pelo Instituto Ibero-Americano para a Educação e a Produtividade da Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) e realizado na sede da UNIE Universidad, em Madri, pertencente à rede de ensino superior Planeta Formação e Universidades, o encontro reuniu cerca de vinte especialistas, acadêmicos e representantes do mundo empresarial ibero-americano para discutir os modelos atuais de colaboração entre empresas e universidades, fazer um diagnóstico das habilidades mais procuradas no mercado e enfatizar a importância da educação continuada para impulsionar a competitividade.

O seminário também deu lugar ao debate sobre o papel da IA no ensino superior, em especial como ferramenta eficaz para buscar soluções inovadoras de formação ao longo da vida, bem como para que seja aliada na busca de trabalho.

Em sua abordagem sobre o estado da produtividade regional, Mariano Jabonero, secretário-geral da OEI, alertou que a informalidade é generalizada na região: “Estamos em torno de 50% de informalidade, o que se traduz em baixos rendimentos, de um ou dois dólares por dia, e isso é pobreza, não sejamos cínicos com isso”. Continuamos com uma educação de baixa qualidade, um atraso educacional e não crescemos economicamente, e isso é um problema grave (…). Essa relação entre educação e produtividade está muito ligada ao ensino superior, que deve estar vinculado à economia da região e comprometido com a democracia; essa é a nossa aposta”, destacou.

Por sua vez, Segundo Píriz, reitor da UNIE, apontou que a universidade deve investigar e gerar conhecimento, mas que “estamos longe dos 3% do PIB em investimento em pesquisa declarados em Lisboa pelas autoridades europeias. Temos também um problema com a transferência de conhecimento que deve servir para que as empresas melhorem a produtividade”. Também ressaltou que a universidade deve estar mais próxima da empresa e vice-versa.

Enrique V. Iglesias, membro do conselho de administração do Instituto de Produtividade da OEI e ex-secretário-geral ibero-americano, pontualizou que a inovação e a criatividade são um grande desafio para a Ibero-América, mas que a educação é seu eixo fundamental e um instrumento de cooperação para crescer mais e proporcionar um melhor nível de vida à população.

Da mesma forma, Enrique García, também membro do conselho de administração do Instituto e ex-presidente do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), assegurou que na América Latina “estamos presos na armadilha dos países de renda média”. Conforme explicou, “nós que produzimos matérias-primas caras nos sentimos perto do céu, mas não melhoramos as estruturas. Devemos apostar na inovação para preparar os jovens para a quarta revolução industrial; para ter empregos que sejam úteis, temos que formar nas áreas que realmente são necessárias”, destacou.

Participaram do seminário Érika Rodríguez Pinzón, diretora da Fundação Carolina; José Antonio Ardavin, chefe da Divisão ALC da Secretaria de Relações Globais da OCDE; Jimena Durán, executiva sênior do CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina; Marta Lagos, membro do conselho de administração do Instituto de produtividade e diretora do Latinobarómetro; Beatriz Sevillano Martín, diretora corporativa de estratégia de emprego da Universia, e, de forma online, Carlos Romero, presidente do Conselho Diretivo do INAEET, Uruguai.

O evento também contou com a participação de Yolanda Román González, diretora-geral global de assuntos públicos da ATREVIA; Alexandre Pupo, secretário-geral da Organização Internacional da Juventude para a Ibero-América (OIJ); Ana Capilla, diretora de Ensino Superior e Ciência da OEI; Jordi Marín, Nex·IA, centro de IA aplicada da Planeta Formação e Universidades; María Eugenia Renaldi, Head of Academics Espanha e Portugal do Linkedin; Paloma Costa, da Data&ML Manager, Altrostatus Cloud Consulting e usuária do programa Campus 42 da Telefónica, e Marcelo Figueiras, presidente dos Laboratórios Richmond da Argentina.

Novo número da revista Pódium

Nesse âmbito, a Organização de Estados Ibero-Americanos e seu Instituto de Educação para a Produtividade lançaram hoje o novo número de sua revista Pódium, que, sob o título “Educar para crescer” e com uma dezena de artigos especializados, enfoca a necessidade de potencializar o investimento em educação e analisa seu impacto na competitividade das economias ibero-americanas.

De acordo com as conclusões da revista, a Ibero-América tem potencial para se tornar uma região mais competitiva se conseguir fortalecer o vínculo entre o ensino superior e a produtividade, uma região em que, segundo dados da OEI 2021-2022, o investimento médio em I+D foi de 0,7% do PIB, abaixo da média mundial, estimada em 1,7%.

Publicado em 29 Mai. 2025