Mariano Jabonero faz um apelo, a partir do Senado da Espanha, para “superar a retórica” e impulsionar “acordos substantivos” no ensino superior entre a Europa e a Ibero-América.

Nesta sexta-feira, o secretário-geral da OEI moderou a mesa redonda “Espaço comum de ensino superior ALC-UE: o que nos une? O que nos separa?”, realizada na Câmara Alta do Parlamento espanhol.
O Senado da Espanha foi palco, nesta sexta-feira, 13 de junho, de uma mesa redonda que teve como objetivo analisar os desafios comuns enfrentados pela educação superior na Europa e na América Latina, bem como refletir sobre o estado das relações de cooperação universitária entre ambas as regiões em aspectos como a internacionalização ou a pesquisa.
A mesa redonda “Espaço comum de ensino superior ALC-UE: o que nos une? O que nos separa?” foi moderada por Mariano Jabonero, secretário-geral da Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI), que apelou para que se “supere a retórica” para que haja um verdadeiro espaço ibero-americano de ensino superior. Em sua opinião, “apesar dos avanços, ainda não há unidade na educação superior entre a Europa e a América Latina”.
“Devemos apostar para que a próxima cúpula UE-CELAC, que terá lugar em Santa Marta, Colômbia, este ano, tenha em conta a educação superior e que os acordos sejam mais substantivos”, assinalou o secretário-geral da OEI, em virtude da ausência total deste tema na cúpula birregional anterior celebrada em Bruxelas.
Jabonero apontou em sua introdução a necessidade de promover a formação de doutores para aumentar a pesquisa e a produtividade na América Latina, bem como a qualidade, especialmente da educação superior virtual, com instrumentos próprios que avaliem as características e as necessidades da região. Nesse sentido, destacou experiências pioneiras, como o selo de qualidade “Kalos Virtual Iberoamérica”, que a OEI desenvolveu em conjunto com a RIACES.
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Participaram da mesa redonda Ricardo Mairal, reitor da Universidade Nacional de Educação à Distância (UNED) e presidente da Comissão Setorial de Internacionalização e Cooperação da CRUE (Conferência de Reitores das Universidades Espanholas); Alfonso González Hermoso de Mendoza, presidente da Espacios de Educación Superior; Rafael van Grieken, ex-conselheiro de Educação e Investigação da Comunidade de Madrid, e Sara Docampo, vice-presidente da Erasmus Student Network Espanha (ESN).
“Não faz sentido nos reconhecermos em um sentido e não no outro”, destacou Ricardo Mairal em relação à falta de reconhecimento de títulos universitários entre as duas regiões, ao mesmo tempo em que defendeu a necessidade de colocar em prática “uma réplica” do programa Erasmus para a Europa e a Ibero-América. “Temos muitos recursos dispersos e devemos colocá-los a serviço de um programa comum”, ressaltou.
“As relações entre as universidades europeias e latino-americanas devem ser baseadas na igualdade e no respeito”, apontou González Hermoso de Mendoza, ao mesmo tempo em que destacou a importância de promover a democracia nas universidades. Por sua vez, Van Grieken destacou que “é necessário reconhecer o sistema acadêmico e as agências de qualidade” para promover o verdadeiro sucesso da transferência de conhecimento.
Por sua vez, Sara Docampo assegurou que as preocupações dos estudantes passam pela internacionalização com regiões além da Europa, e que isso não seja “um privilégio de poucos”, bem como “reforçar os valores compartilhados que temos em ambas as regiões”.
Anteriormente, teve lugar a mesa redonda “Por que agora? Por que o ensino superior? Por que ALC-UE?”, coordenada por Andrés Allamand, secretário-geral da SEGIB (Secretaria Geral Iberoamericana); Érika Rodríguez, diretora da Fundação Carolina; José Antonio García Belaúnde, presidente da Fundação EU-LAC; Ramón Jáuregui, presidente da Fundação Euroamérica, e Héctor Casanueva, ex-embaixador do Chile e vice-presidente do FAP ALC-UE.