‘Muros que unem’, o projeto da OEI que integra crianças e jovens migrantes por meio da arte no Uruguai
O projeto promove valores como a tolerância e a convivência, com foco nas cidades fronteiriças e nas cidades de entrada no país.
Abordar a migração na sala de aula promovendo o respeito à interculturalidade, à tolerância e aos direitos humanos por meio da arte é o principal objetivo do projeto “Muros que unem”, realizado pela Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) no Uruguai.
Desenvolvido em parceria com a Direção Nacional de Educação do Ministério da Educação e Cultura (MEC), a Administração Nacional de Educação Pública (ANEP) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM), o projeto tem impactado, desde 2021, centenas de crianças e jovens em cidades como Paysandú, Artigas, Río Branco, Chuy ou Rivera, localizadas na fronteira com o Brasil e a Argentina, de onde recebe um grande número de população migrante desses e de outros países da região.
Por meio de oficinas de arte e cursos de capacitação de professores em pedagogia artística, ‘Muros que unem’ termina o ano letivo com a criação coletiva de um mural realizado pelos e pelas participantes em um ponto estratégico da cidade, no qual expressam seu aprendizado e experiências sobre migração a partir de uma abordagem baseada em valores como tolerância, respeito e convivência.
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“O Uruguai está recebendo imigrantes da região e esse fenômeno demográfico, em um país que costumava ter mais população deslocada do que recebida, desafia as instituições de ensino e tem um impacto maior nas cidades fronteiriças”, explica Macarena Llauradó, representante permanente da OEI no Uruguai, que também destaca que o projeto foi concebido em contato direto com as instituições educacionais participantes e considerando as características do contexto em que é desenvolvido.
Graças ao sucesso do projeto e com o objetivo de oferecer aos cidadãos uma ferramenta pedagógica para abordar a mobilidade nas salas de aula fronteiriças, em 2022 também foi desenvolvido um livro de histórias e ilustrações pelos alunos participantes das oficinas de sensibilização, escrita e ilustração, no qual a interculturalidade é pintada e colocada em palavras em espanhol, português e até em portunhol, em uma tentativa de refletir a dinâmica das palavras que nascem e circulam nas ruas da fronteira.
Da mesma forma, em 2021, foi produzido um documentário sobre a iniciativa, no qual seus protagonistas descrevem a experiência de participar e criar murais colaborativos, que hoje já fazem parte da paisagem urbana de várias localidades do país.
Para 2025, espera-se que o projeto continue após a edição bem-sucedida deste ano que, pela primeira vez, incluiu escolas na capital do país, Montevidéu, bem como cidades fronteiriças com a Argentina, impactando cerca de 400 crianças e jovens escolares.