Nasce a primeira Rede Ibero-americana de Agências Aeroespaciais, liderada pela OEI
A rede reúne uma dezena de agências especializadas em investigação aeroespacial de países como a Argentina, Brasil, Colômbia ou Portugal e procura contribuir para o desenvolvimento da investigação regional aeroespacial.
Esta tarde, a Rede Ibero-americana de Agências Aeroespaciais iniciou o seu trabalho, uma iniciativa que tem por objetivo impulsionar o trabalho colaborativo e matéria de ciência aeroespacial na Ibero-américa. A rede, coordenada pela Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), é pioneira a este nível na região.
Numa sessão virtual presidida por Mariano Jabonero, Secretário-Geral da OEI, representes das agências aeroespaciais ibero-americanas assinaram a ata de constituição da rede que, entre outros objetivos, vai procurar ser um ponto de encontro para a promoção de projetos comuns que gerem impacto a nível social e ambiental em toda a Ibero-américa.
Nesse sentido, a rede contará com a colaboração de universidades e centros de investigação que possam contribuir para o seu fim, e terá pontes de colaboração, especialmente, com a indústria da tecnologia e dos serviços aeroespaciais para potenciar o seu desenvolvimento.
“Esta rede é um instrumento fiável para partilhar conhecimento e é uma oportunidade magnífica, sobretudo na região ibero-americana, que é muito extensa, mas que graças à rede podemos chegar facilmente a qualquer ponto. Temos maturidade tecnológica para promover projetos como este”, disse Jabonero.
A rede é composta pela Comissão Nacional de Atividades Espaciais (CONAE) da Argentina, a Agência Espacial Brasileira (AEB), a Agencia Espacial da Colômbia (AEC), a Agência Espacial Costa-riquense (AEC), a Agencia Espacial Mexicana (AEM), a Agência Espacial do Paraguai (AEP), a Comissão Nacional de Investigação e Desenvolvimento Aeroespacial (CONIDA) do Peru, a Agência Espacial Portuguesa, a Agência Bolivariana para Atividades Espaciais (ABAE) e a Agência Latino-americana e Caribenha do Espaço (ALCE). Na qualidade de observadores, estarão a operadora de satélites espanhola Hispasat e o Ministério do Desenvolvimento Agropecuário do Panamá.
Ibero-américa de olhos postos no espaço
No Fórum Ibero-americano de Alto Nível de Ciência e Tecnologia, celebrado pela OEI no passado mês de outubro em Buenos Aires, Argentina, os ministros, ministras e autoridades ibero-americanas de ciência e tecnologia analisaram a situação dos sistemas científicos da região, e determinaram ações para fortalecer a cooperação em matéria de ciência, onde o desenvolvimento da investigação espacial esteve em destaque.
Assim, a partir dos acordos alcançados no fórum, estabeleceu-se a constituição desta rede de agências especializadas em ciências aeroespaciais que nasce hoje e que busca posicionar-se como um dos referentes da cooperação científica mais importantes a nível internacional. Para isso, a OEI coordenará a rede através das suas principais instâncias de trabalho em matéria científica como o Observatório da Ciência, da Tecnologia e da Sociedade (OCTS), sedeado na Argentina, ou o seu Centro de Inovação e Transformação Digital, com sede na Colômbia.
Durante o fórum, a OEI realçou a necessidade de investir mais em ciência, sobretudo depois da diminuição de 0.69% para 0.65% sofrida na participação de este âmbito no PIB regional por causa da pandemia, como advertiu Mariano Jabonero perante as autoridades presentes: “A ciência deve ocupar um lugar relevante nas políticas dos nossos países (….). Agora, depois destes anos difíceis, fica demonstrado o valor social da ciência”, assinalou.