OEI debate as contribuições da região, especialmente da Espanha e do Brasil, na próxima COP30

O debate “Caminho para a COP30: clima, cooperação e compromisso ibero-americano” é o primeiro realizado na Espanha que explora as oportunidades que a próxima cúpula climática apresenta para a Ibero-América.

A Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), a Fundação Conselho Espanha-Brasil (FCEB) e a Câmara de Comércio Brasil-Espanha (CCBE) organizaram nesta quinta-feira, 11 de setembro, na sede da Casa de América, em Madri, o debate “Caminho para a COP30: clima, cooperação e compromisso ibero-americano”. Nele, foram debatidas as contribuições da região, especialmente da Espanha e do Brasil, para a COP30, que será realizada em Belém do Pará (Brasil), entre os dias 10 e 21 de novembro deste ano. Para este importante evento, o governo brasileiro escolheu a OEI para apoiar sua organização.

A Fundação Conselho Espanha-Brasil e a Câmara de Comércio Brasil-Espanha buscaram, com este ato, compartilhar perspectivas, identificar oportunidades de colaboração e valorizar o papel que instituições, empresas e redes de cooperação podem desempenhar nos meses que antecedem a COP30. Além disso, o evento serviu como plataforma para visualizar o compromisso ativo do tecido ibero-americano com a ação climática, além das declarações, a partir da experiência e da vontade de cooperação efetiva.

A inauguração do debate contou com as intervenções da secretária-geral da FCEB, Carmen Fernández Torres; do diretor-geral da Casa de América, León de la Torre; da presidente da CCBE, Trinidad Jiménez; do presidente da FCEB, Mario Ruiz-Tagle Machado; do secretário-geral da OEI, Mariano Jabonero; e do embaixador do Brasil na Espanha, Luiz Alberto Figueiredo.

As diferentes perspectivas e abordagens dos participantes geraram um intercâmbio enriquecedor, de grande valor para a preparação da COP30. Jabonero, secretário-geral da OEI, destacou o papel da organização na cúpula como organizadora: “Neste momento, ligadas direta ou indiretamente à OEI, há mais de mil pessoas trabalhando na COP. Nossa grande preocupação, nosso verdadeiro compromisso, é a Ibero-América. Tudo isso é um exemplo para a região: de capacidade de integração, de ter voz fora da região e de atender aos seus próprios problemas dentro dela.”

Por sua vez, Jiménez, presidente da CCBE, destacou que “em meio aos desafios há oportunidades” e incentivou “todas as empresas a investirem estrategicamente em sustentabilidade”.

Enquanto isso, Ruiz-Tagle, presidente da FCEB, apontou que esta COP “tem a oportunidade de ser a COP da ação e da implementação, não apenas dos acordos que forem tomados nesta, mas também dos que vieram das anteriores” e pediu, além disso, “investir nas pessoas” para que “ninguém fique para trás”.

Quanto ao embaixador do Brasil na Espanha, Figueredo, ele enfatizou que “a proliferação de eventos climáticos extremos tem uma causa clara do ponto de vista científico, que finalmente hoje é ouvida” e acrescentou que “os seres humanos e a natureza são as vítimas”.

Espanha e Brasil na COP30

Posteriormente, foi realizado o colóquio “Diplomacia e ação climática: roteiro para a COP30 e o papel da Espanha e do Brasil”. Moderado pela diretora da Fundação Carolina, Erika Rodríguez, contou com a participação de Luis Jiménez-McInnis, representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) na Europa; Gonzalo Sáenz de Miera, diretor de Mudanças Climáticas e Alianças da Iberdrola; e Álvaro Ráez, responsável pela OEI pela coordenação da COP30.

Os participantes debateram os principais objetivos do Brasil para a COP30 e seu impacto na agenda internacional, o papel da Espanha e do Brasil na diplomacia climática e na cooperação ibero-americana, e as oportunidades para empresas e investidores na transição energética e no financiamento climático, entre outras questões.

Finalmente, após a sessão de perguntas e respostas com o público, a diretora-geral do Escritório Espanhol de Mudanças Climáticas, Elena Pita, encerrou o evento.