OEI e OISS lançam protocolo para impulsionar a inclusão digital de idosos na Ibero-América

O protocolo é acompanhado de um guia destinado a profissionais, divulgadores e aos próprios idosos, que detalha passo a passo como abordar a digitalização das pessoas idosas. Em 2022, há mais de 88 milhões de pessoas com mais de 60 anos na América Latina, o que chegará a 16,5% da população em 2050.

A Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) e a Organização Ibero-Americana de Seguridade Social (OISS) apresentou nesta terça-feira, em Madri, um protocolo que contém pontos importantes para promover a participação e o acesso de pessoas idosas ao mundo da digitalização. O documento, disponível em espanhol e português, foi apresentado por Mariano Jabonero, secretário-geral da OEI, e Gina Magnolia Riaño Barón, secretária-geral da OISS, em um evento que foi transmitido para toda a região via streaming.

Este protocolo responde ao objetivo de ambas as organizações de melhorar a qualidade de vida das pessoas idosas na Ibero-América, especialmente no contexto da exclusão digital e da solidão indesejada que aumentou nos últimos anos como resultado do envelhecimento da população ou da intensa digitalização social causada pela pandemia do coronavírus, entre outros fatores. Dessa forma, o protocolo visa apoiar os Estados ibero-americanos na elaboração e implementação de políticas públicas que atendam à diversidade de necessidades dessa população no processo de transformação digital pelo qual a região está passando.

Durante a apresentação, Mariano Jabonero destacou que esse documento é uma contribuição para a região “que está envelhecendo cada vez mais rápido”, e está de acordo com o ODS 4, que garante educação para todos, inclusive para as pessoas idosas. Por sua vez, Gina Magnolia Riaño Barón ressaltou que esse protocolo foi desenvolvido no âmbito da Década do Envelhecimento Saudável e responde a um contexto de “transição demográfica” em que a Ibero-América “envelheceu mais rapidamente do que outras regiões do mundo”, razão pela qual o protocolo ajudará os idosos ibero-americanos a “ter uma vida digna”.

“1 em cada 4 ibero-americanos será idoso em 2050, o que representa um grande desafio para as gerações atuais”, disse Enrique V. Iglesias, presidente da Fundação Astur, que participou do evento direto de Montevidéu.

Durante o evento, o pesquisador José Yuni, um dos autores do protocolo, explicou algumas de suas chaves, para depois dar lugar ao painel denominado “Boas práticas promovidas pela OEI e pela OISS no âmbito do protocolo sobre o acesso das pessoas idosas à sociedade digital na Ibero-América”, do qual participaram Beltrán Gambier, escritor, criador e diretor, e Gabriela Groba, diretora do Centro Ibero-Americano de Autonomia Pessoal e Apoio Tecnológico (CIAPAT) da Argentina.

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Um guia “passo a passo” para a inclusão digital

Juntamente com o protocolo, as duas organizações disponibilizaram para download gratuito um guia detalhado que descreve as etapas a serem seguidas para abordar um processo de formação digital especificamente voltado para idosos. O guia, disponível em espanhol e português, é composto por três partes, cada uma delas dirigida a um público-alvo específico: em primeiro lugar, a profissionais da criação digital; em segundo lugar, para os próprios idosos; e, por fim, a pessoas ou instituições relacionadas a eles, como familiares, organizações públicas ou privadas e a mídia.

O guia também inclui um vídeo ilustrativo que explica passo a passo como adicionar um contato à agenda do celular ou telemóvel, tablets ou outros dispositivos eletrônicos, conteúdo que está disponível no documento na seção dedicada às pessoas idosas. Na seção, também são oferecidas outras informações, como enviar um e-mail e anexar arquivos, ou como fazer download e usar o aplicativo WhatsApp, além de um glossário de termos úteis, como «chat», «arquivo», «aplicativo» ou «clicar».

Essa iniciativa faz parte das diversas iniciativas lançadas pela OEI e pela OISS nos últimos anos, como parte da colaboração assinada pelas duas instituições desde 2021. Juntas realizaram seminários, publicações e oficinas de autobiografia, entre outras atividades, que colocaram em pauta a necessidade de impulsionar a digitalização das pessoas idosas na região para combater sua exclusão social e solidão indesejada.