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Qual é o estado da ciência aeroespacial na Ibero-américa? A OEI analisa-o num estudo

¿Cuál es el estado de la ciencia aeroespacial en Iberoamérica? La OEI lo analiza en un estudio
Publicado el 12 Jul. 2024

14 países da região têm iniciativas nacionais para o estudo do espaço. Argentina, Brasil e Espanha lideram a corrida ao espaço na Ibero-américa. Estes dados são apresentados no relatório de diagnóstico sobre a ciência espacial na Ibero-américa, publicado pela Organização de Estados Ibero-americanos (OEI).

Nos últimos anos, a Ibero-américa tem dado passos notáveis na promoção da ciência aeroespacial. É o que revela o relatório “Diagnóstico sobre a Ciência Espacial na Ibero-América”, elaborado pela OEI, que assinala, por exemplo, que cerca de quinze países da região coordenaram iniciativas públicas a nível nacional, especialmente dedicadas à promoção de atividades espaciais, à investigação e ao desenvolvimento desta ciência, bem como à especialização dos recursos humanos neste sector.

De acordo com o estudo, o grau de desenvolvimento da tecnologia espacial é variável. Há países como o Brasil, a Argentina ou a Espanha que atingiram os níveis mais altos da escala utilizada neste relatório, denominada “Space Technology Ladder”, uma espécie de “caminho padrão” que um país segue à medida que desenvolve as suas capacidades espaciais. Por outro lado, existe um grupo intermédio de países como a Bolívia, o México, a Venezuela, Portugal, o Chile, a Colômbia, o Equador ou o Peru, com uma experiência significativa na gestão de grandes satélites e na observação da Terra.

Há também um terceiro grupo de países, como o Uruguai, a Costa Rica, El Salvador, a Guatemala e o Paraguai, que lançaram um satélite e têm alguma experiência na sua exploração e nas tecnologias de desenvolvimento. Os restantes países não dispõem de tecnologia para desenvolver satélites, embora tenham experiência na utilização de dados espaciais, como o Panamá, que instalou um centro de dados Copernicus (da União Europeia) para facilitar a distribuição desta informação na região.

O relatório permite concluir que os países da região necessitam de reforçar os mecanismos de promoção da I+D, da inovação e do desenvolvimento, bem como da comercialização de novas tecnologias para a exploração espacial. Por outro lado, a transferência de conhecimento e a colaboração entre atores científicos e tecnológicos, bem como atores públicos e privados, podem potenciar as áreas estratégicas de cada país e impulsionar a utilização da tecnologia espacial para as telecomunicações, o uso da terra e dos oceanos, os estudos climáticos e a navegação, entre outros.

Por seu lado, o Observatório Ibero-Americano de Ciência, Tecnologia e Sociedade (OCTS) da OEI, com sede em Buenos Aires, identificou a existência de mais de trinta instrumentos ativos na região para promover a corrida espacial em diversas áreas como a formação de recursos humanos, incentivos à I+D, promoção da inovação empresarial e divulgação científica e tecnológica. Neste sentido, chama a atenção o facto de quase metade destes instrumentos serem dedicados à formação de recursos humanos de alto nível, o que demonstra a importância que os países ibero-americanos estão a dar a esta questão para o futuro. Em alguns casos, trata-se de programas de pós-graduação, embora também existam programas mais curtos e estágios de formação, segundo o observatório.

Um novo impulso para a rede ibero-americana

Este relatório é apresentado como um contributo significativo para a definição da agenda de trabalho proposta pela Rede Ibero-americana de Agências Aeroespaciais, coordenada pela OEI desde 2023, uma rede que surgiu como parte do mandato conferido à organização durante o Fórum Ibero-americano de Alto Nível sobre Ciência e Tecnologia, realizado em Buenos Aires a 20 de outubro de 2022. A iniciativa visa conjugar esforços para o desenvolvimento da ciência aeroespacial na região, através da coordenação de ações de cooperação científica entre agências ibero-americanas.

A Agência Espacial Portuguesa detém, atualmente, a presidência do Conselho Diretivo da rede, por decisão unânime na sua primeira reunião, realizada em Lisboa, no passado mês de maio.

“A rede irá promover o diálogo, a diplomacia espacial e a aproximação entre os Estados, o mundo académico e as empresas que irão liderar esta economia espacial, sem esquecer a necessidade de todos os projetos terem um impacto positivo do ponto de vista social e ambiental”, afirmou Ricardo Conde, presidente da agência portuguesa e novo presidente da rede, durante a reunião.

Publicado el 12 Jul. 2024