“A cultura para nós da Organização de Estados Ibero-Americanos é a sua própria razão de existir”, diz Barchini na abertura da 4ª CNC
Com apresentações de artistas de várias regiões do Brasil, a 4ª Conferência Nacional da Cultura (CNC) foi aberta em Brasília, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. A cantora Fafá de Belém cantou o hino nacional, abrindo mais tarde o Festival da Cultura, em show com Johnny Hooker.
“Ser parte deste momento hoje é muito gratificante, porque nós compartilhamos do entendimento de que a cultura vai muito além da reafirmação e da diversão. Ela é também uma importante geradora de emprego e renda. Ela alcança o cidadão no seu dia-a-dia. A cultura muda e molda vidas. Para nós da Organização de Estados Ibero-Americanos é a sua própria razão de existir. Há quase 75 anos, a OEI tem cooperado com os países-membros para construir políticas públicas sólidas com a participação direta da sociedade, com diversidade, democracia e respeito. São valores que pulsam por meio da cultura”, falou Leonardo Barchini, diretor da OEI no Brasil, na abertura da 4ª Conferência Nacional de Cultura, em Brasília, que contou com a presença do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, da primeira-dama Janja da Silva, ministros, parlamentares, gestores e conselheiros culturais, representantes das culturas indígenas e afro-brasileiras, influencers e artistas.
Citando os resultados das leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo, Lula afirmou que “somente no primeiro ano do nosso governo nós colocamos mais (verba) na cultura do que tudo que foi colocado nos últimos 10 anos nesse país”, complementando que “a cultura tem que estar nas entranhas, sobretudo das pessoas mais humildes, das pessoas mais pobres que muitas vezes não têm acesso à cultura que a gente faz, porque muitas vezes a nossa cultura tem um viés financeiro de sobrevivência de todo mundo muito grande. Quantas pessoas humildes têm condições de ir a um teatro, de participar de uma atividade de cultura mais sofisticada, mais politizada? Nenhuma.”
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, falou sobre os pilares do setor – Sistema Nacional de Cultura, Plano Nacional de Cultura e Cultura e Democracia. “O Sistema Nacional de Cultura é uma prioridade da nossa gestão. Outro sonho que vamos concretizar é a elaboração do nosso novo Plano Nacional de Cultura, que traçará o mapa de percurso para o que queremos: políticas da cultura que sejam acessíveis, transversais, capilarizadas, comprometidas com o enfrentamento às desigualdades, promotoras de inclusão social e cidadania, fortalecedoras das nossas identidades e da nossa diversidade cultural. Elementos essenciais da nossa democracia”.
Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil, afirmou ser “maravilhoso ver todos unidos para construir de forma democrática as políticas públicas culturais do Brasil e definir ações para o setor. Essa quarta Conferência vem para consolidar o Ministério da Cultura.”
Na Conferência serão discutidos seis eixos temáticos: Institucionalização, Marcos Legais e Sistema Nacional de Cultura (Eixo 1); Democratização do acesso à cultura e Participação Social (Eixo 2); Identidade, Patrimônio e Memória (Eixo 3); Diversidade Cultural e Transversalidades de Gênero, Raça e Acessibilidade na Política Cultural (Eixo 4); Economia Criativa, Trabalho, Renda e Sustentabilidade (Eixo 5); e Direito às Artes e Linguagens Digitais (Eixo 6).
Barchini ainda destacou em seu discurso o trabalho a ser realizado pelos participantes do evento que se reunirão até o dia 08. “O nosso exercício da semana aqui, por meio de todos os delegados, será justamente o de traçar caminhos para os próximos 10 anos. Que a cooperação seja um catalisador para preservar e fortalecer a riqueza cultural que torna o Brasil um país único no mundo”, finalizou.
A 4ª CNC é realizada pelo MinC e pelo Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC), e correalizada pela Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI). Além disso, conta com apoio da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso Brasil).
Festival da Cultura
A cantora Fafá de Belém abriu o Festival da Cultura, em show com Johnny Hooker, e apresentações musicais e de dança com Pereira e Gaby Viola.
O próximo show será do cantor Diogo Nogueira, na terça-feira (05), a partir das 20h30, na área externa do Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
Os interessados em participar devem retirar os ingressos pela plataforma do Sympla. A entrada é limitada e os bilhetes serão liberados a partir das 8h da manhã do dia de cada show. Apenas as pessoas que estiverem com o ingresso on-line terão acesso ao evento.
O Festival é realizado pelo MinC, correalizada pela Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI) e patrocinado pelo Banco do Brasil.