“Emergimos da noite e do silêncio”: II Noite da Literatura Ibero-Americana da OEI atrai centenas de pessoas à Avenida da Liberdade
A segunda edição desta iniciativa da OEI Portugal, que voltou a contar com Lauren Mendinueta no papel de curadora, invadiu a Baixa de Lisboa com um programa de cerca de seis horas, que culminou num concerto de Teresa Salgueiro, no Cineteatro Capitólio.
Cerca de 500 pessoas participaram nas atividades da II Noite da Literatura Ibero-Americana, organizada pelo escritório da OEI Portugal com a Fundação José Saramago, na quinta-feira, 26 de setembro. Entre as 17h00 e as 23h30, sete locais do centro da capital encheram-se para testemunhar uma aproximação à cultura ibero-americana.
A Noite começou na Fundação José Saramago/Casa dos Bicos com duas sessões dedicadas às experiências de exílio e escrita e migrações em tempos de censura de vários escritores e poetas que viveram regimes ditatoriais de Portugal ao Chile. Várias leituras comoventes, inclusive do Capitão de Abril José Manuel R. Barroso, e intervenções da chilena Carmen Yáñez, da equatoriana Viviana Cordero, dos colombianos Armando Romero e Víctor Rojas, e da paraguaia Mirta Roa marcaram o final da tarde na Fundação.
Ao mesmo tempo, no Camões, I.P., as sessões foram dedicadas às línguas minoritárias e a liberdade na escrita com a presença das poetas espanholas Miren Agur Meabe e Yolanda Castaño, ambas Prémio Nacional de Poesia, a colombiana Adriana Hoyos, o angolano João Fernando André e os portugueses Luís Filipe Castro Mendes e Luís Filipe Sarmento. Entretanto, na Livraria Linha de Sombra, realizou-se um encontro entre experiências de escrita e música. Afonso Cruz, Rita Tormenta, Dinis H Machado e Jorge Volpi, mexicano galardoado com o Prémio Alfaguara 2018 estiveram à conversa sobre o conceito e experiências de liberdade e censura, numa sessão aberta pelo saxofone de Edouard Rambourg e a guitarra de Nuno Rocha.
O Instituto Cervantes de Lisboa acolheu um workshop dedicado à mediação da leitura, dinamizado pela professora Elisabete Rosa-Machado, que partilhou técnicas e ferramentas participativas para promover a aproximação dos mais pequenos ao livro e à leitura, reforçando aprendizagens, a auto-estima e o conhecimento de si e do mundo.
Na Livraria Buchholz, organizámos uma sessão do “Clube do Livro Ibero-Americano”, conduzido pela portuguesa Cláudia Lucas Chéu, onde se falou da importância deste encontro de cultura ibero-americana. Vários escritores, entre os quais, Rui Zink, Adriana Hoyos ou Armando Romero falaram sobre livros que têm editados em Portugal. No Hotel Tivoli da Avenida da Liberdade, a cantora lírica Ana Celeste Ferreira esteve a “Contar histórias e outras histórias, num espetáculo que aliou a música à literatura, com excertos do Memorial do Convento, de José Saramago, e canções bem conhecidas do público.
A II Noite da Literatura Ibero-Americana terminou com “Jangada de Pedra”, um concerto da portuguesa Teresa Salgueiro, no qual apresentou sonoridades ibero-americanas, ao sabor da poesia. À semelhança das outras atividades, a entrada foi livre. O evento contou com a presença de vários membros do corpo diplomático ibero-americano residente em Portugal, assim como de vários parceiros do escritório e das entidades apoiantes desta edição da Noite. A diretora da OEI, Ana Paula Laborinho, agradeceu no Capitólio o apoio das embaixadas da Colômbia, Espanha e México, dando especial destaque à parceria com o Hotel Tivoli Liberdade, o principal parceiro desta edição.