Tiago Brandão Rodrigues: “É importante garantir que ninguém fica para trás” na recuperação da aprendizagem
O ministro português da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, disse na apresentação da Revista Ibero-Americana de Educação, dedicada aos efeitos da pandemia e às opções políticas, que “é importante garantir que ninguém fica para trás” apontando o Plano de Recuperação das Aprendizagens como o mecanismo para alcançar o “sucesso, a inclusão e a cidadania”.
A Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) acolheu a apresentação do número 86 da Revista Ibero-Americana de Educação, intitulado “Educação e pandemia” – Efeitos e opções políticas na Ibero-América“.
Os trabalhos desta revista analisam em profundidade o impacto negativo da pandemia na educação, em particular devido à prolongada suspensão das aulas presenciais.
Durante a apresentação, o ministro da Educação de Portugal, Tiago Brandão Rodrigues, disse que “é preciso mobilizar recursos e capacidades para alcançar em breve, pelo menos, o ponto onde gostaríamos de estar nos próximos dois anos se não houvesse uma pandemia”.
O ministro falou do Plano de Recuperação das Aprendizagens, um mecanismo dotado de 900 milhões de euros para os próximos dois anos, definido com base em evidências e tendo como pilares fundamentais “o sucesso, a inclusão e a cidadania”.
Tiago Brandão Rodrigues afirmou que “é importante procurar garantir que ninguém fica para trás”, referindo que este plano permite: previsibilidade, afinação de estratégias, ponderação e reflexão. “Este horizonte de dois anos permite também assumir opções com sustentabilidade na implementação das respostas”, concluiu.
O Secretário-Geral da OEI, Mariano Jabonero, explicou que o objetivo desta publicação é “contribuir para uma discussão baseada em provas empíricas sobre o impacto da pandemia na educação e a eficácia dos programas que foram implementados para mitigar estes efeitos na Ibero-América”.
A este respeito, Jabonero explicou que o papel da OEI no início da pandemia era apoiar os ministérios regionais da Educação, tentando reduzir o impacto negativo da COVID-19 e, uma vez superada esta primeira fase de urgência, tentar conhecer exatamente a dimensão dos efeitos que ocorreram para os compreender e agir com vista, entre outros, aos desafios colocados pela transformação digital.
Fernando Reimers, membro do Conselho Consultivo da OEI e coordenador desta edição, disse que a pandemia teve um impacto nos sistemas educativos fora do alcance das instituições. “Isto sublinhou a importância da cooperação internacional, de organizações como a OEI, a UNESCO e a OCDE, e do seu papel como observadores globais”, disse.
O perito também explicou que a prudência na tomada de decisões baseada na análise dos factos e no laboratório de práticas educativas que é o mundo e a Ibero-América será mais necessária do que nunca porque uma das consequências da pandemia é uma nova austeridade. Reimers apelou a uma melhor reconstrução, “porque não vale a pena reabrir escolas sem enfrentar os problemas que existiam antes da pandemia”.
Por seu lado, o Vice-Reitor para as Relações Internacionais e Cooperação da Universidade Complutense de Madrid, Dámaso López García, afirmou no seu discurso que a ligação telemática e o acesso a recursos virtuais por parte dos estudantes do ensino superior e a deslocalização do pessoal docente estão aqui para ficar.
Esta sessão contou também com as intervenções de Ana Paula Laborinho, diretora do escritório da OEI em Portugal e diretora-geral do Bilinguismo e Difusão da Língua Portuguesa da OEI e da diretora do Ensino Superior e Ciência, Ana Capilla.
A Revista Ibero-Americana de Educação é uma revista científica publicada pela OEI desde 1993, com mais de um milhão de downloads. É publicada de quatro em quatro meses, com caráter monográfico, e artigos originais em espanhol ou português de autores de renome que apresentam as opiniões mais destacadas sobre questões educacionais na região.
Aceda ao volume 1 e ao volume 2 de nº 86 da Revista Ibero-Americana de Educação.
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