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Como a OEI aborda os desafios e as oportunidades da IA para a Ibero-América

Así encara la OEI los retos y oportunidades de la IA en Iberoamérica

A OEI está trabalhando em iniciativas para analisar os desafios apresentados pela Inteligência Artificial, um dos desenvolvimentos tecnológicos mais importantes dos últimos tempos devido ao seu alto impacto em áreas cruciais como educação, ciência, cultura e idiomas, bem como para conhecer e aproveitar seus benefícios em toda a região.

Considerando os desafios e oportunidades que a Inteligência Artificial representa para o desenvolvimento da região ibero-americana, a Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) promoveu recentemente iniciativas como seminários, workshops e conferências de alto nível, além de disponibilizar recursos educacionais para promover a geração de conhecimento sobre esse tema. Em 2022, ciente dos desafios impostos pela transformação digital que a região enfrenta, a OEI lançou a Direção de Estratégia Digital Global para desenvolver uma linha de trabalho conjunto para toda a região, visando responder em bloco às necessidades e às novas perspectivas apresentadas por essa tecnologia em áreas como educação, ciência, cultura, línguas e cooperação internacional ibero-americana.

Destacamos as principais ações desenvolvidas e as que serão realizadas em toda a Ibero-América, promovidas pela OEI, para continuar conhecendo o alcance da IA e determinar seus benefícios, riscos e potencial para a Ibero-América.

Inteligência Artificial (IA) e seu impacto na educação regional

Com o objetivo de conhecer o impacto da IA nas salas de aula ibero-americanas, foi realizado no México, no último mês de março, o primeiro Diálogo Regional sobre Inteligência Artificial (IA) e Inteligência Emocional (IE), um ciclo que também incluirá discussões na Espanha e em outros países da América Latina, no âmbito do projeto “Educação e inteligência artificial, como uma oportunidade também para a Ibero-América”, que está sendo realizado em conjunto com a Aecid. Com o foco na necessidade de valorizar o componente emocional inerente à condição humana no desenvolvimento de modelos educacionais baseados em IA, as/os especialistas que participaram dessa primeira reunião concluíram que “as decisões tomadas sob sistemas de IA devem ser calibradas com normas para evitar o risco de cair em vieses que podem se tornar discriminatórios em relação a grupos minoritários”.

Por sua vez, no Paraguai, no âmbito do projeto “Impulsando la Educación“, desenvolvido em parceria com a União Europeia, foi realizado o seminário ‘Innovación STEAM y el impacto de la IA en la educación y el medio ambiente, cujo objetivo foi analisar e acordar ações conjuntas que contribuam para o uso eficaz das tecnologias nas instituições paraguaias. Além disso, o espaço foi uma oportunidade ideal para apresentar experiências bem-sucedidas na incorporação de tecnologias e metodologias STEAM na área de preservação ambiental.

Por outro lado, no dia 21 de maio, juntamente com a Xunta de Galicia, a OEI realizará o webinar ‘Transformación digital e inteligencia artificial en la educación’, em Santiago de Compostela, na Espanha, um encontro que servirá para discutir estratégias e modelos educacionais inovadores que promovam a redução das lacunas de aprendizagem e da exclusão digital. O webinar, que poderá ser acompanhado via streaming, responderá a questões como “O que significa ser professor na era da Inteligência Artificial” ou “Como saber se uma determinada tecnologia é útil na sala de aula”, entre outras.

Em junho, a Cidade do México sediará o lançamento da nova edição da revista PÓDIUM, que terá como foco o papel da IA na inovação e na produtividade na Ibero-América. A edição terá artigos especializados de renomados/as especialistas da região, que darão suas opiniões sobre aspectos como o impacto e o uso da IA nas universidades, o panorama atual da inovação nas empresas latino-americanas e o nível de adoção da IA em diferentes setores econômicos, além de destacar alguns casos de sucesso na região.

IA e línguas ibero-americanas

A OEI, por meio de sua Direção de Multilinguismo, desenvolve iniciativas para promover as línguas espanhola e portuguesa, bem como as centenas de línguas indígenas presentes na região, nos modelos que estão sendo gerados cada vez mais rapidamente no ambiente da inteligência artificial. Para a OEI, a promoção das línguas ibero-americanas na IA é uma questão urgente, que exige um compromisso real e conjunto de diversos atores dos setores público e privado, pois é uma forma de gerar inclusão e acesso a essas tecnologias para mais pessoas, ao mesmo tempo em que incentiva a colaboração internacional, o desenvolvimento econômico e o desenvolvimento de aplicativos locais projetados para as necessidades locais.

Nesse sentido, e para discutir esses e outros desafios no mundo lusófono, a OEI e o Instituto Guimarães Rosa realizarão em setembro, em Brasília, a conferência ‘Língua Portuguesa e Inteligência Artificial‘, encontro que visa apoiar o desenho urgente de políticas públicas voltadas para a preparação tecnológica da língua portuguesa, a cooperação estratégica com o espanhol e a promoção da soberania tecnológica, linguística e cultural de seus falantes na era da IA.

IA e seu impacto na cultura digital

No último mês de abril, como parte das ações da Cátedra Ibero-Americana de Cultura Digital e Propriedade Intelectual, promovida pela OEI e pela Universidade de Alicante (UA), foi realizada em Madri a conferência “Retos y oportunidades de la minería de datos y textos en Iberoamérica“, com o objetivo de analisar os limites da exploração de dados para o desenvolvimento de IA generativa em relação à proteção de direitos autorais.

Durante o evento, Mariano Jabonero, secretário-geral da OEI, destacou que “a propriedade intelectual é a espinha dorsal das indústrias criativas” e alertou que “os países da Ibero-América devem regulamentar a IA conjuntamente” para evitar “problemas que afetarão os criadores e artistas da comunidade de língua espanhola e portuguesa como um todo”, já que “a cultura está ligada ao idioma”.

Formação e recursos de IA

Para promover um maior conhecimento sobre IA e seus principais campos de ação, a OEI está disponibilizando recursos educacionais inovadores para professores e alunos, em um esforço colaborativo com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e a Fundación Global Democracia y Desarrollo (FUNGLODE).

Trata-se de cursos de curta duração disponíveis no Instituto de Formação da OEI, em português, e em www.diadelainteligenciaartificial.org, em espanhol, que abordam temas básicos, como o que é inteligência artificial, o que ela pode fazer, o que é ciência de dados e como se relaciona com a tomada de decisões, e uma introdução à inteligência de voz artificial, entre outros. Os recursos educacionais têm como objetivo oferecer aos alunos (dos 5 aos 18 anos) e educadores de todos os níveis de ensino as ferramentas necessárias para entender e aproveitar ao máximo o potencial da IA.

Da mesma forma, em setembro, o curso de verão La transformación digital y los futuros de la educación: retos en el País Vasco y en Iberoamérica’ será realizado em parceria com a Universidade do País Basco, que analisará algumas das chaves fundamentais para a transformação da educação e dos sistemas educacionais e, em particular, os desenvolvimentos e impactos das tecnologias digitais e da IA generativa na formação das novas gerações, a fim de construir um futuro melhor, sustentável, inclusivo, democrático e pacífico.

Os cursos podem ser feitos on-line e têm um preço especial para estudantes de 25 euros até 31 de maio. O curso de verão combina palestras com atividades participativas, nas quais serão discutidas diferentes experiências.