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Estudantes ibero-americanos dão vida a novas aventuras de dom Quixote e Sancho Pança nos dois lados do Atlântico numa iniciativa pioneira

Estudiantes iberoamericanos dan vida a nuevas aventuras de don Quijote y Sancho Panza a ambos lados del Atlántico en una iniciativa pionera

Mais de 300 alunos ibero-americanos participaram da escrita dos capítulos do livro "El quinto Quijote", orientados por renomados escritores de língua espanhola e portuguesa. Um livro que reúne as aventuras do famoso fidalgo e seu escudeiro por 14 países da região.

O que teria acontecido se Dom Quixote e seu fiel escudeiro Sancho Pança tivessem atravessado o oceano em busca de mais aventuras? O engenhoso fidalgo teria conseguido descobrir o El Dorado ou teria encontrado outros gigantes para lutar no Novo Mundo? Estas e muitas outras aventuras escritas por mais de 300 alunos de escolas ibero-americanas compõem El Quinto Quijote, um livro que narra as aventuras do famoso personagem e seu fiel escudeiro ao viajar por 14 países da região, começando em Alcalá de Henares, Espanha, passando por Portugal e atravessando o continente americano da Argentina até o México.

Trata-se de um projeto pedagógico, literário e colaborativo da Secretaria Municipal de Educação de Alcalá de Henares, que contou com a estreita colaboração da Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), da editora Loqueleo Santillana e da Universidade de Alcalá. Este Quixote Ibero-Americano é a quinta versão do projeto que, em ocasiões anteriores, foi escrito por estudantes de escolas da cidade de Alcalá.

Nesta edição, com o apoio em sala de aula de 41 professores, e sob a orientação de renomados escritores ibero-americanos da literatura infantil e juvenil, os estudantes escreveram os capítulos do romance -dezesseis no total-, com conteúdo original e destacando elementos autóctones de cada país. A introdução foi escrita pelo consagrado escritor Santiago García-Clairac, ganhador do Prêmio Cervantes Chico em 2004.

Os 14 países participantes foram: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, México, Panamá, Paraguai, Portugal, República Dominicana e Uruguai. O colégio Gredos San Diego de Alcalá e o IES Alonso Avellaneda, ambos de Alcalá de Henares (Madri), foram os estabelecimentos de ensino que participaram da iniciativa em nome da Espanha.

Um Dom Quixote que celebra a diversidade da língua espanhola

Esta versão do mundialmente famoso Dom Quixote abre seus horizontes para ir ao outro lado do oceano, um desejo que, segundo as crônicas, foi negado a Cervantes. Desta forma, esta publicação ibero-americana é uma homenagem à diversidade da língua espanhola, hoje conhecida como “a língua de Cervantes” e compartilhada por uma comunidade de mais de 585 milhões de pessoas em todo o mundo, representando 7,5% dos habitantes do planeta.

Neste sentido, a edição será lançada na véspera do dia 23 de abril, Dia da Língua Espanhola e Dia Mundial do Livro, ambos proclamados pelas Nações Unidas, para juntar-se às comemorações destes marcos importantes para a cultura dos países hispano-falantes.

O espanhol no mundo

Segundo dados do Instituto Cervantes, o espanhol ou castelhano é a segunda língua materna no mundo por número de falantes, depois do chinês mandarim, e a terceira língua no cálculo global de falantes, ou seja, inclui aqueles que são nativos, os que têm competência limitada ou que são estudantes estrangeiros de espanhol. Da mesma forma, no mundo digital, o espanhol está em terceiro lugar, depois do inglês e do chinês, com 7,9% dos usuários de Internet. No campo da ciência, o espanhol é o idioma no qual se publica a maioria dos textos científicos, depois do inglês.

Quanto à participação do espanhol em organizações internacionais, é a terceira língua mais utilizada na Organização das Nações Unidas e a quarta na União Europeia. É também a mais usada nas organizações de integração americana, assim como uma das duas línguas oficiais, juntamente com o português, da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), que visa promover a cooperação entre os países ibero-americanos nos campos da educação, ciência e cultura.