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Projeto “Mulheres Inspiradoras”, premiado na primeira edição do Prêmio em Direitos Humanos da OEI, vira política pública em escolas do Brasil

“Mulheres Inspiradoras” teve início em 2014, com a iniciativa da professora Gina Vieira Ponte. O objetivo principal do projeto era estimular o interesse dos alunos pela leitura e escrita por meio da análise das obras escritas por mulheres. Os tem…

“Mulheres Inspiradoras” teve início em 2014, com a iniciativa da professora Gina Vieira Ponte. O objetivo principal do projeto era estimular o interesse dos alunos pela leitura e escrita por meio da análise das obras escritas por mulheres. Os temas abordados eram a violência, o racismo, o empoderamento, a diversidade, a igualdade de gênero ou a representação feminina.

Os primeiros a experimentar essa iniciativa foram os cinco grupos para os quais a professora lecionava. Um ano depois, mais dois grupos se juntaram. Em 2016, Gina pediu a seus alunos que começassem a escrever redações sobre uma mulher inspiradora na vida deles. A atividade foi tão bem-sucedida que as histórias dos alunos do Centro de Ensino Fundamental 12 de Ceilândia foram transformadas em livros.

Um dos elementos-chave do projeto é que ele não tem que se limitar à disciplina de língua portuguesa ou da área de humanas. “O conteúdo pode ser aplicado à disciplina de língua portuguesa ou de maneira interdisciplinar. O conteúdo das aulas abrange a leitura, interpretação de texto e a escrita autoral. O feminismo e as questões de gênero entram como temas transversais nesse processo”, explica Gina.

Em “Mulheres Inspiradoras” os estudantes são os protagonistas do processo de aprendizagem, transformando as aulas em uma atividade coletiva e cooperativa. Emily Camille Silvia, estudante do 2º ano, explica como se sentiu em relação ao projeto: “Foi uma experiência incrível que me permitiu conhecer muitas histórias de mulheres que eu não conhecia e que se tornaram um espelho para mim. Parecia que as histórias eram minhas”.

Este foi apenas o começo dos reconhecimentos que este programa inovador recebeu. No âmbito nacional, ele conquistou o 1º Prêmio WED Brasil (Women’s Entrepreneurship Day Organization) e foi premiado pelo Ministério da Educação, pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República.

No âmbito internacional, “Mulheres Inspiradoras” foi o vencedor entre os mais de 300 projetos participantes do I Prêmio Ibero-Americano de Educação em Direitos Humanos Óscar Arnulfo Romero, que foi promovido pela Organização de Estados Ibero-americanos e pela Fundação SM. O projeto superou na etapa final 17 ganhadores de outros países participantes.

Após os bons resultados obtidos, em 2017, foi assinado um acordo de cooperação internacional entre o Governo do Distrito Federal, o Banco de Desenvolvimento da América Latina e a Organização de Estados Ibero-Americanos, que permitiu que o programa se expandisse para outras 15 escolas. Agora, a iniciativa tornou-se a primeira proposta aplicada em sala de aula e, posteriormente, incorporada pelo Governo do Distrito Federal (GDF). A ideia se tornará política pública a partir de abril para que, com o passar do tempo, o trabalho alcance um número maior de instituições de ensino público do Distrito Federal.

Documento de sistematização de experiências