Comitê gestor do Cais Valongo toma posse em cerimônia no MAR
Museu de Arte do Rio recebeu autoridades na última quinta-feira (23)
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) deu posse na quinta-feira (23), aos membros do Comitê Gestor do Sítio Arqueológico do Cais do Valongo, que é reconhecido como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A cerimônia foi realizada no Museu de Arte do Rio (MAR), no Rio de Janeiro, e marcou a reinstituição do comitê, que havia sido extinto em 2019.
O diretor e chefe da Representação da OEI no Brasil, Raphael Callou foi o anfitrião da cerimônia, que contou com as presenças do presidente do Iphan, Leandro Grass; da Ministra da Cultura, Margareth Menezes; da Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco; do Secretário de Cultura do Rio, Marcelo Calero, da Deputada Federal, Benedita da Silva; do Presidente da Fundação Palmares, João Jorge Rodrigues, entre outras autoridades e convidados. Durante o evento houve uma apresentação do Afoxé Filhos de Gandhi e a entrega de certificados para os membros do Comitê.
Com a recomposição do Comitê Gestor, os representantes das diversas instituições que o integram darão continuidade às ações do plano de gestão e de preservação do Sítio Arqueológico do Cais do Valongo. O grupo é composto por 15 instituições representativas da sociedade civil e 16 governamentais nas esferas federal, estadual e municipal, contando com 31 membros titulares, cada um com um suplente.
A história do Museu de Arte do Rio inicia em 2013, na Praça Mauá, zona portuária do Rio de Janeiro. No mesmo local, em época distante, nasciam as comunidades, os quilombos da Saúde, Morro da Providência, Morro da Conceição, Morro do Pinto e da Gamboa, onde também estava o Cais do Valongo, considerado um dos maiores portos de comércio de escravizados no século 19, estima-se que 1 milhão de pessoas negras foram comercializadas na região. Diante desse legado, foi firmado o compromisso do MAR: preservar e valorizar a história desse território.
Em seu aniversário de 10 anos de existência, o Museu de Arte do Rio é uma instituição que representa apoio e aporte para as questões sociais e da historiografia, principalmente no que tange as questões da região na qual está inserido, a Pequena África. “Eu acho coberto de simbologia que esse ato seja realizado neste Museu, porque o MAR tem a missão de garantir a salvaguarda da memória. Então, quando a gente vem falar sobre isso, a gente tem aqui 9 mil itens de acervo, com documentação vasta que consegue registrar de maneira muito apurada as diásporas que já passaram aqui por esse porto. E essas diásporas são muito ilustrativas também, pois tratam da relevância e da importância dessa reparação histórica, com um porto que viu mais de um milhão de pessoas escravizadas passando por aqui. É com esse compromisso e tendo em vista essa missão que o MAR ao longo de sua trajetória celebra, reconhece, dá visibilidade e garante esse espaço de memória”, afirmou Raphael Callou, diretor e chefe da Representação da OEI no Brasil.