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OEI lança projeto de saneamento com foco nas mulheres

OEI lança projeto de saneamento com foco nas mulheres

Mulheres do semiárido nordestino que enfrentam dificuldades no acesso à água tratada são foco de projeto que servirá como base para futuras políticas públicas de saneamento básico.

Compreender as dificuldades na falta de acesso à água tratada de mulheres do semiárido nordestino é o ponto de partida da ação “Mulheres: Saúde Ambiental e Saneamento Rural”, com o tema “Transformando a vida das Marias”, lançada nesta segunda-feira (12) em Brasília. pela Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI) em cooperação com a Fundação Nacional de Saúde do país (Funasa). O objetivo é melhorar as políticas públicas de saneamento básico no Brasil. 

As ações serão feitas em parceria com o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Cariri Ocidental (Cisco), região semiárida da Paraíba escolhida para receber o projeto piloto. Ao todo, são 18 municípios selecionados – área de abrangência das ações do Cisco – que possuem população vulnerável e renda per capita baixa.  

“Cada real investido em saneamento, geralmente, retira quatro reais de necessidade de aporte no atendimento em saúde. Então, entendemos que saneamento básico é investimento”, afirmou o diretor da OEI no Brasil, Raphael Callou. “Pela primeira vez, dentro do marco do saneamento, se coloca um protagonismo nas mulheres dentro da política pública”, completou o diretor.  

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, participou da cerimônia e destacou que a falta de acesso à água ainda é um problema, inclusive, em regiões com recursos hídricos abundantes, como é o caso da região Norte.  A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Britto, também participou da solenidade e enalteceu a importância do projeto, destacando o quanto a falta de acesso à água tratada prejudica mulheres e crianças.  

Estima-se que aproximadamente 15,8 milhões de mulheres não têm acesso à água tratada no Brasil, e que mais de 40 milhões de brasileiras sejam impactadas pela falta de coleta de esgoto. “As mulheres são mais impactadas com ausência de serviços de saneamento básico”, destacou o presidente substituto da Funasa, Paulo Martinho, ao comentar que, tradicionalmente, acaba ficando com a mulher a responsabilidade da gestão da água nos lares.  

Estruturado em três etapas, na primeira os consultores selecionados irão coletar dados para uma pesquisa qualitativa e quantitativa sobre a realidade das mulheres nessa região, relacionada ao saneamento básico e acesso à água. Depois, duas capacitações com mais de 50 lideranças do setor irão tratar desse tema, com foco na conscientização sobre o papel da mulher, com palestras e workshops. 

Na terceira etapa, mais de 50 oficinas com lideranças locais irão tratar desse tema e de várias ações, como construção de banheiro seco, reaproveitamento de água, acesso ao microcrédito e manejo de resíduos sólidos. Todas as ações do projeto são baseadas em experiências já realizadas em outros países. A expectativa é que o projeto-piloto seja concluído até o fim de 2023.