Estudantes da Escola de Vila Boim, em Elvas, apresentam resultados de projeto cultural de escola
“O que na comunidade é incomum” é o nome do Projeto Cultural de escola desenvolvido pela Associação UmColectivo, com o apoio da Organização de Estados Ibero-americanos (OEI) e do Plano Nacional das Artes (PNA), na Escola Básica Integrada 1,2,3 de Vila Boim.
Alunos e professores apresentaram esta terça-feira os resultados do projeto cultural de escola que decorreu no ano letivo 2021-2022, juntamente com os artistas que dinamizaram a ação e outros parceiros.
A Escola Básica de Vila Boim, situada numa das freguesias do concelho de Elvas, implementou nos dois últimos anos letivos (e no anterior também), com a participação dos alunos dos segundos e terceiros ciclos, este projeto que contou com residências artísticas em várias áreas, como teatro, música e dança, sempre em articulação com as disciplinas frequentadas pelas crianças e jovens.
Além da apresentação do documentário realizado pela UmColetivo que resume o trabalho desenvolvido, os alunos tiveram oportunidade de partilhar as suas experiências e foi feito um balanço sobre esta iniciativa, com moderação de Simone Donatelli, autora do relatório sobre as residências. A apresentação contou com as presenças de Sara Brighenti, Subcomissária do Plano Nacional das Artes, Sandra Cordeiro, professora adjunta da Direção do Agrupamento de Escolas n.º 3 de Elvas, Maria João Albernaz, Coordenadora de Projetos de Língua e Cultura no Escritório da OEI em Portugal, Ilda Ambrósio, Coordenadora Intermunicipal do PNA, o Professor Coordenador do Projeto Cultural de Escola, José Kuski Vieira, os artistas Cátia Terrinca e João P. Nunes, da associação UmColetivo, e Helena Rocha, da Direção Regional da Cultura do Alentejo, bem como professores do agrupamento.
“O que na comunidade é incomum”, desenvolvido pela associação UmColetivo na escola de Vila Boim, garantiu um espaço de programação e curadoria, acessível a toda a comunidade escolar, numa lógica de desenvolvimento de projetos artísticos de continuidade, ao longo do ano. No ano letivo de 2020-2021, foram surgindo de forma espontânea algumas residências artísticas de curta duração, que colocavam os alunos perante práticas artísticas enquanto colaboradores – “desafiámo-nos, por isso, no ano passado, a acolher na comunidade também o que é incomum, quem vem de fora, e para tal escolhemos as seguintes artistas: Magda Cordas & Helena Major (Portalegre), Zetho (Angolano a residir em Lisboa) e Beniko Tanaka (Japonesa a residir em Lisboa)”, refere a UmColetivo. “Se, por um lado, convidamos a escola a pensar sobre a comunidade de Elvas, os seus heróis, as suas histórias e o seu ecossistema, também queremos criar novos espaços, espaços para que objetos e relações novas possam surgir, brotando do chão antigo, de todas as tradições, mas olhando para um outro céu, contemporâneo”.
No primeiro ano, o projeto foi intitulado “Se a pele é fronteira, o corpo é território – Proposta para um corpo de diálogos em português, em espanhol e em silêncio”.
As residências artísticas, que contaram com o apoio da OEI, decorreram no âmbito do Projeto Cultural de Escola, resultante da adesão do Agrupamento Escolar nº3 de Elvas ao Plano Nacional das Artes.
Lançamento do relatório “Cada um é um artista na escola de Vila Boim” de Simone dos Santos Donatelli
Outro dos resultados da parceria entre a OEI e o PNA é o relatório intitulado “Cada um é um artista na escola de Vila Boim”, elaborado por Simone dos Santos Donatelli, resultante da investigação do processo artístico, apresentação e resultados da experiência, junto com o projeto “Se a pele é fronteira, o corpo é território – Proposta para um corpo de diálogos em português, em espanhol e em silêncio”, também realizado pela Associação UMCOLETIVO na Escola de Vila Boim. Este documento permitirá tirar conclusões e levar estas experiências a outras escolas da região ibero-americana.
O trabalho de investigação no terreno permeou a observação participativa em duas turmas ao longo do trabalho dos artistas residentes. A investigação contou com a participação dos estudantes, professores e artistas envolvidos. Os recursos metodológicos, além da observação, diário de campo e entrevistas, contaram com pesquisas em materiais já existentes: fotografias, audiovisuais e publicações. É também apresentada a estrutura completa do Projeto Cultural de Escola, incluindo as parcerias entre a OEI, o PNA e a associação cultural UmColetivo.