OEI apresenta as perspectivas do ensino superior na Ibero-América por meio dos indicadores da Rede INDICES – Pesquisa 2024

"Papeles del Observatorio Nº 28”, o último número dessa publicação da OEI com dados sobre o ensino superior ibero-americano, já está disponível.
Em 2022, o ensino superior ibero-americano alcançará 34,1 milhões de estudantes em cursos de graduação e pós-graduação, refletindo um crescimento de 30% em relação à última década (2013-2022), de acordo com os dados mais recentes da Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI).
No entanto, ainda há um atraso significativo na escolha de carreiras STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática): em geral, apenas 23% dos estudantes optam por essas disciplinas, com predominância das engenharias (14%) e uma representação muito menor em ciências naturais e matemática (4%) e TIC (5%), o que ressalta a necessidade de promover vocações científicas e tecnológicas desde os primeiros níveis de educação em toda a região.
Esses dados são do relatório mais recente da série “Papeles del Observatorio”, elaborado pelo Observatório Ibero-Americano de Ciência, Tecnologia e Sociedade (OCTS-OEI) com base na pesquisa realizada pela Rede Ibero-Americana de Indicadores de Ensino Superior (INDICES) em 2024. O relatório também mostra uma lacuna de gênero persistente nas áreas STEM, onde as mulheres representam apenas 30% do número total de estudantes nessas disciplinas, sem mudanças significativas na última década.
Em âmbito regional, o setor privado consolidou sua posição como o setor com a maior cobertura (52% do total). Essa tendência é claramente observada em países como a Espanha e o México, onde, embora a porcentagem de matrículas esteja acima de 60% no setor público, a última década foi caracterizada por um crescimento significativo de matrículas no ensino privado. Isso também é observado no Brasil, Peru, Honduras e Paraguai.
Em 2022, mais de 9 milhões de estudantes ingressaram no ensino superior. Os âmbitos do STEM apenas foram eleitos por 22% do total dos novos estudantes, o que da conta do atraso nestas áreas.
Por outro lado, os graduados registraram quase cinco milhões de pessoas, sendo que os diplomas de bacharelado representaram 70% dos diplomas concedidos. De acordo com o número de matrículas, as áreas STEM tiveram a menor porcentagem de graduados (20%). Embora as mulheres representem 58% do total, sua participação diminui à medida que avançam para níveis mais altos de especialização, especialmente no nível de pós-graduação, onde a diferença de gênero persiste em vários países da região.
Por outro lado, o meio acadêmico na Ibero-América contava com 1,7 milhão de pessoas, 58% das quais estavam empregadas no setor público. Em países como Argentina, Cuba, México, Panamá e Uruguai, as mulheres representam mais da metade das pessoas no meio acadêmico.
Em 2021, o investimento em educação superior na Ibero-América foi de US$ 132 bilhões PPP (paridade de poder de compra), o que representa um crescimento de 8% em relação a 2020. No entanto, esse valor foi equivalente a apenas 1,18% do produto interno bruto (PIB) regional, abaixo dos 1,27% do ano anterior.
Se tomarmos como referência as publicações indexadas em periódicos internacionais, as universidades são os principais produtores científicos da região. Em 2022, 85% dos autores ibero-americanos na base de dados Scopus contaram com a participação de pelo menos uma universidade. Por sua vez, o ensino superior foi o setor que respondeu pelo maior volume de gastos em P&D na América Latina, respondendo por 41% do total.