A Organização de Estados Ibero-Americanos reafirma a sua liderança na cooperação científica na Ibero-América
O sucesso da mais recente edição da Noite Ibero-Americana d@s Investigador@s, o evento de divulgação científica mais importante da região, organizado pela OEI, ou os programas de cooperação científica levados a cabo em conjunto com a União Europeia e a CELAC são prova disso.
Com a participação de mais de mil investigadores de 17 países da região, a V Noite Ibero-Americana d@s Investigador@s, que decorreu nos dias 27 e 28 de setembro, tendo o Uruguai como país anfitrião, foi concluída com êxito. O evento, que já atraiu mais de 20.000 participantes presencialmente e online nas suas cinco edições, contou este ano com cerca de 400 atividades levadas a cabo por mais de 150 instituições científicas e de investigação da região para dar a conhecer à sociedade ibero-americana os progressos e os resultados do seu trabalho, num evento que já se afirmou como o mais importante para a divulgação da ciência na Ibero-América.
Mariano Jabonero, secretário-geral da Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), celebrou durante o evento o “crescimento exponencial” da Noite Ibero-Americana nos seus primeiros cinco anos de existência, um esforço conjunto da OEI com a Fundação Madr+id no âmbito da Noite Europeia dos Investigadores para aproximar a comunidade e os avanços científicos feitos na Ibero-América.
“Este é um exemplo da crescente atividade de cooperação científica da OEI e do nosso empenho em mobilizar compromissos financeiros e políticos em benefício do desenvolvimento da região em áreas importantes como a transição energética, a investigação aeroespacial e a divulgação científica”, sublinhou Jabonero.
Iniciativas como o Programa para o Fortalecimento dos Sistemas Científicos e Tecnológicos (FORCYT) e o Energytran são também casos de sucesso da crescente cooperação científica da OEI na região, em parceria com a União Europeia, uma vez que é a única organização do Sistema Ibero-Americano certificada pela UE para realizar projetos de cooperação delegada.
Uma cooperação científica de sucesso
Nos últimos anos, a OEI tem vindo a trabalhar em iniciativas regionais para promover o desenvolvimento de cooperação científica, servindo de ponte entre os sistemas científicos e tecnológicos ibero-americanos para procurar soluções que beneficiem toda a região face a problemas atuais como as alterações climáticas, a prejudicial falta de correspondência em termos de dados e indicadores de medição científica, ou a baixa mobilidade e intercâmbio entre investigadores.
Para ajudar a resolver estes e outros problemas, a Organização de Estados Ibero-Americanos lançou a iniciativa “Energytran”, financiada através do programa Horizonte Europa da Comissão Europeia, que visa impulsionar a transição da Europa e da América Latina para fontes de energia mais limpas e sustentáveis, através de um modelo de cooperação horizontal com um elevado impacto social. O projeto, que arrancou em janeiro deste ano, é constituído por um consórcio de universidades e centros de investigação de 6 países ibero-americanos (Argentina, Chile, Costa Rica, Espanha, México e Portugal) e terá como objetivo apoiar a tomada de decisões no âmbito da transição energética em ambas as regiões, com base nos resultados decorrentes da criação e transferência de conhecimento entre os centros de investigação e universidades participantes.
Em 2020, por outro lado, a OEI lançou o Programa para o Fortalecimento dos Sistemas de Ciência e Tecnologia (FORCYT), também com financiamento da União Europeia, no qual mais de 120 instituições de cerca de vinte países de ambos os lados do Atlântico cooperaram no domínio da transferência de conhecimento e da criação de redes para a investigação conjunta e a procura de fontes de financiamento. O projeto-piloto, concluído em 2023, tornou-se um dos mais proeminentes na Ibero-América em termos de cooperação científica, com impacto em aspetos tangíveis como a implementação de novas metodologias de investigação, um melhor conhecimento dos apoios disponíveis para os investigadores da região e a definição do mercado-alvo e estratégias de comercialização de produtos derivados em alguns casos.
Outras iniciativas, como a primeira Rede Ibero-Americana de Agências Aeroespaciais, lançada pela OEI em 2023 – encarregada pela Conferência de Ministros da Ciência da CELAC – para contribuir para o desenvolvimento da investigação regional sobre questões espaciais, o programa de bolsas Paulo Freire Plus – que já beneficiou mais de vinte estudantes para estudos de doutoramento com teses em ciências físicas, ecologia, arquitetura e planeamento urbano, ciências agrárias, turismo e outras áreas estratégicas para a região – ou a oferta de formação virtual em domínios conexos, como um curso de diplomacia científica, em conjunto com a Escola Diplomática de Barcelona, ou de comunicação e divulgação científica, em conjunto com a Fundação Descubre, são exemplos do empenho da OEI em reforçar a cooperação científica regional no domínio que serve de catalisador para o desenvolvimento de uma Ibero-América mais próspera e equitativa.