OEI lança rede ibero-americana para promover a educação em direitos humanos e a cidadania democrática

Nesta terça-feira, a Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) lançou, em sua Secretaria-Geral em Madri, a Rede Ibero-Americana de Direitos Humanos e Cidadania Democrática, com o objetivo de contribuir para a convivência democrática e a redução de fatores como a polarização e o descontentamento com a democracia na região, em um momento social complexo de várias crises transitórias, como a crise política, digital, cultural, migratória ou ambiental.

A rede visa promover a educação em valores e direitos humanos ao longo do ciclo vital das pessoas, por meio de ações que incorporem a educação ética, bem como a geração de conhecimento por meio de relatórios de diagnóstico, estudos e guias sobre a situação da educação em direitos humanos na região. A rede também promoverá atividades de conscientização e capacitação em direitos humanos através de cursos e assessoria técnica destinados a governos, instituições e empresas.

Durante o evento de lançamento, o secretário de Estado da Educação da Espanha, José Manuel Bar Cendón, elogiou a criação de uma rede muito relevante na situação atual; "um esforço titânico" que contribuirá para combater a "falta de credibilidade nas instituições" com base no "enorme poder transformador da educação". Também assinalou que a educação deve "formar não apenas pessoas que sejam boas em determinadas áreas, mas também formar pessoas para o futuro: cidadãos inclusivos, sustentáveis e democráticos”, oferecendo todo o apoio do governo espanhol a essa iniciativa.

A rede também é apoiada pelo embaixador espanhol para Direitos Humanos, Democracia e Estado de Direito, Alberto Cerezo Sobrino, que ressaltou a necessidade imperativa de educar em direitos humanos para envolver os diversos setores, inclusive os setores políticos e partidários.

Mariano Jabonero, secretário-geral da OEI, destacou que essa rede é uma iniciativa do Programa Ibero-Americano de Direitos Humanos, Democracia e Igualdade, criado em 2023, que responde a uma demanda e a uma necessidade da região. Além disso, enfatizou o trabalho colaborativo da OEI, refletido nos 365 acordos ativos que a organização tem atualmente, o que mostra "que nunca trabalhamos sozinhos", como é o caso dessa rede.

Por sua vez, Irune Aguirrezabal, diretora do Programa Ibero-Americano de Direitos Humanos, Democracia e Igualdade da OEI, destacou a dimensão ibero-americana dessa rede, que constitui uma "ponte entre a Europa e a América Latina" para "reconstruir a confiança e promover a convivência democrática por meio da educação ao longo da vida".

Autoridades presentes no lançamento da rede. 

Nessa primeira reunião, foi estabelecido um diálogo sobre educação ética com a participação de Fernando Vallespín (UAM), Cecilia Barbieri (Unesco), Renato Opertti (OEI), Manuel de la Rocha (MPDL), Jimena Durán (CAF) e Encarna Cuenca (Consejo Escolar del Estado), entre outros. Os participantes concordaram que as democracias estão passando por um momento crítico e que a educação deve ser a base para a transformação social em um momento em que se abrem novos campos de disputa de narrativas.

Participaram da reunião representantes de organizações, instituições e empresas como Unesco, ONU Mulheres, UNSRID, Agência Espanhola de Cooperação para o Desenvolvimento (AECID), Universidade Autônoma de Madri, Universidade de Alcalá, Cátedra de Gênero da UNESCO, Organização Internacional da Juventude (IYO), Consejo Escolar del Estado, Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe - CAF, Banco Centro-Americano de Integração Econômica (BCIE), UBUNTU Leaders Academy, Oxfam - Intermón, Unión Iberoamericana de Municipalistas (UIM), Fundación Mujeres, Rede Internacional de Direitos Humanos na Europa (RIDHE), Repsol e Instituto de Empresa (IE).