Abertas as convocatórias do programa FORCYT, a aposta da OEI e da União Europeia para fortalecer os sistemas científicos na Ibero-América
A Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), juntamente com a Comissão Europeia, apresentou as convocatórias que farão parte do programa de fortalecimento dos sistemas de ciência e tecnologia (FORCYT), uma iniciativa que visa mitigar os efeitos da COVID-19 e da mudança climática na região, com base nos ODS da Agenda 2030 e dando especial atenção ao fortalecimento do papel da mulher na ciência.
Em um evento virtual, a OEI e a Comissão Europeia lançaram o programa para fortalecer os sistemas científicos e tecnológicos na Ibero-América (FORCYT). O lançamento contou com a participação de Mariano Jabonero, secretário-geral da OEI, Gaetano Viti, da Direção Geral de Parcerias Internacionais (DG INTPA) da Comissão Europeia e Ana Capilla, Diretora de Ensino Superior e Ciência da OEI.
O programa FORCYT tem o objetivo, por uma parte, de contribuir para a melhoria dos sistemas de produção estatística para a ciência e tecnologia na região. Desta forma, a aposta do programa é obter um número significativo de indicadores que permitam uma maior comparabilidade internacional, ao mesmo tempo que focará a avaliação e monitoramento de políticas públicas científicas para atender à necessidade de desenvolver regulamentações sobre ciência baseadas em evidências para melhorar a tomada de decisões.
O programa, que será desenvolvido durante um período de 30 meses, promoverá também a criação de redes de pesquisa entre a América Latina e a União Europeia, visando favorecer a internacionalização de pesquisadores e aumentar o escasso número de redes de pesquisa entre as duas regiões. Com a implementação do FORCYT, também se dará ênfase à promoção da transferência de conhecimento para reforçar os laços entre as instituições acadêmicas e os centros de pesquisa e seu meio.
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Durante o lançamento, Mariano Jabonero explicou que o FORCYT representa um verdadeiro impulso para a ciência na região, principalmente quando o número de pesquisadores na Ibero-América cresceu 40% na última década, segundo dados do último Relatório sobre o Estado da Ciência na Ibero-América, realizado pelo Observatório de Ciência, Tecnologia e Sociedade da OEI em parceria com o Escritório de Ciência para a América Latina da UNESCO. Entretanto, Jabonero adverte, “o investimento em P&D em nossa região continua a ter uma intensidade baixa em comparação com a dos países mais industrializados, especificamente não representa mais de 3% do total mundial”. De fato, “em termos relativos ao PIB, o conjunto dos países ibero-americanos fez um investimento de apenas 0,74% do produto bruto regional em 2018″, concluiu.
Por sua vez, Ana Capilla garantiu que este é o primeiro programa regional de ciência e tecnologia a ser implementado na América Latina que integra diferentes componentes e um escopo geográfico supranacional. “É um programa que liga a produção científica e tecnológica da América Latina com a implementação da Agenda 2030, colocando-a a serviço de emergências regionais como a pandemia COVID-19 ou a mudança climática”, destacou. Também ressalta que entre suas inovações está seu desenho modular, integrador e multinível “já que alguns componentes são destinados aos responsáveis pelas políticas de ciência e tecnologia e outros aos pesquisadores”, bem como sua metodologia de cooperação horizontal reforçada pela participação de organizações europeias.
Gaetano Viti, representante da Direção Geral de Parcerias Internacionais da Comissão Europeia, destacou que o programa contribuirá para um maior nível de produtividade na América Latina e para o desenvolvimento “da vida e do trabalho do futuro”, demandas determinadas pela mudança tecnológica. “O papel da cooperação deve facilitar e articular a capacidade e os interesses de vários pesquisadores em torno de objetivos comuns no âmbito da Agenda 2030”.
No final do programa, serão realizados dois seminários finais para compartilhar os resultados das instituições assesoradas sobre avaliação, e também das redes de pesquisa apoiadas, especialmente aquelas relacionados ao componente de transferência de conhecimento e sua ligação com a sociedade.
Chamadas abertas
Para implementar o programa e suas diferentes estratégias em termos de monitoramento, avaliação e configuração de redes de pesquisa, a OEI apresentou as diferentes chamadas públicas para seu desenvolvimento na região.
Por um lado, o programa abriu uma convocatória para o financiamento de 10 redes de pesquisa entre a América Latina e a União Europeia, especialmente, de universidades e instituições de pesquisa, que tenham projetos de I+D+i e/ou transferência de conhecimento para ajudá-las a alcançar os resultados propostos, e que devem necessariamente provocar um impacto social positivo. Essas redes receberão apoio financeiro de 20 mil euros por um período de 18 meses.
Também foi aberta uma chamada pública para qualquer entidade pública, privada ou mista que realize atividades diretas de ciência, tecnologia e inovação, ou que trabalhe em sua promoção e apoio, e que gostaria de receber assistência técnica para melhorar seus sistemas de monitoramento e avaliação. As instituições selecionadas terão o apoio de um grupo de especialistas que desenvolverão workshops colaborativos e assessoramento sobre indicadores de ciência e tecnologia.
O programa FORCYT conta com a colaboração de importantes organizações europeias como a Direção Geral de Asociações Internacionais o Escritório de Estatística da União Europeia (EUROSTAT), a Direção Geral de Pesquisa e Inovação ou o Centro Comum de Pesquisa (JCR), sua sigla em inglês.
Entra aquí para conhecer as chamadas abertas do porgrama FORCYT