Ibero-american Program for the Promotion of Multilingualism
Números que nos identificam
No espaço ibero-americano convergem duas línguas de origem comum, o espanhol e o português, que no seu conjunto, envolvem uma comunidade de quase 850 milhões de falantes em cinco continentes, com especial presença na Ibero-América, África e Europa.
O espanhol é atualmente a segunda língua mais falada do mundo pelo número de falantes. O que representa 7,6% da população mundial. Em 2024 500 milhões de pessoas têm o espanhol como língua materna.
De acordo com o informe “El español una lengua viva” publicado em 2018, as previsões estimam que o peso da comunidade hispano falante em 2050 será ligeiramente superior à atual. Por outro lado, mais de 21 milhões de alunos estudam espanhol como língua estrangeira em 2018,
O português é a 4ª língua mais falada no mundo, com mais de 260 milhões de falantes o que representa 3,8% da população mundial fala português e se estima que serão 390 milhões de pessoas em meados do século e cerca de 487 milhões em 2100.
Estes dados confirmam a tendência consistente de crescimento, além de que a posição geoestratégica do português irá mudar, passando a estar na África o maior número de luso-falantes, segundo os dados fornecidos pelo Novo Atlas da Língua Portuguesa del año 2016.
Promoção das Línguas Portuguesa e Espanhola
Duas línguas de origem comum, espanhol e português, convergem no espaço ibero-americano. Essas duas línguas constituem uma comunidade linguística de quase 850 milhões de falantes, com especial presença na América, África e Europa. Com ampla projeção internacional, as estimativas demográficas das Nações Unidas, apontam para um crescimento que alcançará, em meados do século XXI, cerca de 1,2 bilhões de falantes.
Atualmente, o espanhol é falado como língua materna e língua segunda por 567 milhões de pessoas a que acrescem 24 milhões de alunos que aprendem o espanhol como língua estrangeira. É a segunda língua materna mais falada no mundo e a terceira mais utilizada na internet, depois do inglês e do chinês. É também a segunda língua em que são publicados mais documentos científicos e também uma das seis línguas oficiais das Nações Unidas. O português, por sua vez, registra 261 milhões de falantes em quatro continentes, o que corresponde a 3,7 % da população mundial, sendo uma das línguas, ao contrário do chinês e do inglês, que manterá seu crescimento demográfico. É a quinta língua mais utilizada na internet e a terceira nas redes sociais.
Desde setembro de 2018, a OEI apresenta como uma das prioridades a valorização de suas duas línguas oficiais: espanhol e português. Nesse contexto, foi criado o Programa Ibero-Americano de Bilinguismo e Difusão da Língua Portuguesa, tendo como objetivo potenciar o uso da língua portuguesa num modelo bilíngue junto com o espanhol na região ibero-americana, ampliando os espaços políticos, educacionais, culturais, e convertendo a OEI em uma organização bilíngue de referência internacional. O Programa mencionado permitiu também uma ação articulada com a CPLP em todos os domínios de ação da OEI, fomentando a cooperação sul-sul através da partilha de conhecimento, da organização conjunta de iniciativas e da participação mútua em reuniões de Alto Nível e setoriais.
Este eixo de ação busca o desenvolvimento de ações coordenadas através dos seguintes projetos:
1 – OEI Bilíngue: contribuímos para a conversão da OEI em uma organização bilíngue de referência internacional, com uma perspectiva intercultural e com o foco no valor e reconhecimento do português e do espanhol.
2 – Ciência Plurilíngue: promovemos a importância e o valor do conhecimento produzido nas duas línguas, português e espanhol, por pesquisadores da região ibero-americana.
3 – Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola (CILPE): Geramos espaços de debate e reflexão para promoção, difusão e internacionalização das línguas portuguesa e espanhola.
4 – Atelier Poético – Residências em movimento: celebramos as línguas portuguesa e espanhola através de iniciativa de intercâmbio entre poetas de língua portuguesa e de língua espanhola da região ibero-americana.
Fomento de uma Educação Intercultural Bi/plurilíngue
A Agenda 2030 constitui um plano de ação universal para a consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e se compromete a promover o diálogo intercultural, respeito mútuo e a disseminação de valores éticos para uma cidadania global, como forma de responsabilidade e participação social partilhada.
As transformações aceleradas a que assistimos, com um mundo cada vez mais globalizado, a pós-pandemia e a urgência de uma revolução tecnológica que determina a alteração dos modelos de trabalho, exigem novas competências que permitam aos cidadãos responder de forma célere aos desafios presentes e futuros, adotando novas dinâmicas para alcançarmos sociedades mais justas e democráticas. Neste sentido, o setor da educação confronta-se com a necessidade de responder a estes novos enquadramentos, adotando abordagens que permitam promover espaços de diálogo multilíngue e intercultural, compreensão, escuta, empatia e respeito entre diferentes culturas.
Nesta perspectiva, assume-se que cada pessoa, cada comunidade apresenta uma narrativa individual que, muitas vezes, está desconectada dos outros. É cada vez mais relevante criar novas narrativas marcadas pela solidariedade e pelo entendimento do outro. Sendo os direitos humanos, a igualdade de gênero e a inclusão valores transversais à ação da OEI, as experiências de bilinguismo/ plurilinguismo e interculturalidade no espaço escolar contribuem para o desenvolvimento de competências de empatia e respeito entre diferentes culturas, além de reforçarem a intercompreensão entre línguas.
O ensino das línguas requer hoje metodologias adaptadas a seus diferentes estatutos em função dos alunos: desde a língua materna, à língua oficial, à língua de herança, à língua de acolhimento, à língua estrangeira. Trabalhar estes diferentes estatutos implica o desenvolvimento de uma educação intercultural que contribua para a educação para a cidadania global.
Este eixo de ação busca o desenvolvimento de ações coordenadas através dos seguintes projetos:
1 – Educação intercultural em línguas originárias: promovemos uma educação escolar que fortaleça a identidade e promova a participação de todas as comunidades, em condições de igualdade, centrando-se no reforço da formação docente e o desenvolvimento de ferramentas tecnológicas inovadoras.
2 – Escolas de Fronteira: promovemos a integração de estudantes e professores de escolas que se situam em área de fronteiras do Brasil com os países de língua espanola, e de Portugal com a Espanha por meio de experiências de bilinguismo e interculturalidade planejadas e desenvolvidas a partir da colaboração entre comunidades educativas. [para saber mais sobre nossos projetos, acesse:]
Valorização da diversidade linguística
As línguas indígenas constituem um traço identitário da América Latina caraterizada pela diversidade cultural e riqueza linguística. Atualmente, o número de línguas indígenas varia, dependendo das fontes, entre 350 e 750, para um total estimado entre 30 e 40 milhões de falantes que demandam cada vez mais reconhecimento.
Algumas línguas indígenas correm o risco de desaparecer devido à discriminação estrutural e à vulnerabilidade de seus falantes, cujo uso diário depende de seu ambiente sociocultural, econômico, político, ambiental e demográfico.
Entretanto, nas últimas décadas, várias iniciativas facilitaram a integração gradual de vários idiomas na vida pública e educacional em diferentes regiões da América Latina, aumentando assim sua visibilidade.
Alinhada à Década Internacional das Línguas Indígenas 2022-2032, declarada pelas Nações Unidas, a OEI busca valorizar a diversidade linguística de nossa região.
A preservação e a promoção dessas línguas não apenas protegem a identidade e o patrimônio cultural de comunidades específicas, mas também enriquecem o cenário global, facilitam a comunicação intercultural e fortalecem a coesão social.
Entre as ações que a OEI continuará desenvolvendo, destacam-se os projetos de ensino intercultural bilíngue e plurilíngue, a criação de recursos digitais para essas línguas, as campanhas de comunicação nas línguas nativas, bem como o desenvolvimento de recursos para utilização das línguas indígenas nos serviços públicos.
Ibero-América: maior região linguística do mundo: com quase 850 milhões de pessoas falantes de espanhol ou de português, além de inúmeras línguas originárias.
A região ibero-americana caracteriza-se pela grande riqueza linguística que constitui um dos seus traços identitários. Além do espanhol e do português, duas das mais importantes línguas internacionais, coexistem centenas de línguas originárias que importa preservar.
As línguas permitem a transmissão de conheicmentos, informações e valores codificados em diferentes contextos socioculturais, políticos e econômicos. Por sua vez, a informação e o conhecimento são cruciais para a criação de riqueza, a transformação social e o desenvolvimento humanos.
As línguas são transversais a todas as áreas de missão da OEI – Educação, Ciência, Cultura, Direitos Humanos – sendo reconhecida a importância de abordagens multilíngues que valorizam a pluralidade de visões do mundo. Além disso, destacamos a relação entre as línguas e as novas tecnologias, área relevante na ação da OEI.
Sendo o português e o espanhol as suas línguas oficiais, a OEI tem se consolidado, desde setembro de 2018, como organização blingue de referência internacional. A proximidade entre essas duas línguas latinas favorece o bilinguismo e a intercompreensão linguística. Esta vinculação linguística e cultural entre as duas línguas fortalece o espaço geográfico e político a qual gera enriquecimento mútuo em termos de convivência intercultural.
Tanto o espanhol como o português estão entre as 5 línguas mais faladas no mundo e se estima que serão as que mais irão crescer até o final do século.
As línguas permitem ainda aprofundar a aproximação entre regiões e, assim, estabelecer parcerias com outros países de língua portuguesa situados na África e na Ásia, consolidado na cooperação com a Comunidade de Países de Língua Portuguesa – CPLP, organização internacional de que somos mutuamente Observadores Associados, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida dos nossos povos.
Objetivos
Promover as línguas ibero-americanas como reconhecimento da diversidade de nossos povos e culturas, do respieto por nossas línguas e sua riqueza como parte do nosso patrimônio comum.
- Promover as línguas portuguesa e espanhola.
- Fomentar uma educação intercultural bi/plurilíngue.
- Ressaltar a diversidade linguística em nossa região.