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OEI lança Comissão de Especialistas em Multilinguismo para promover as línguas ibero-americanas no cenário global

La OEI estrena Comisión Experta en Multilingüismo para impulsar las lenguas iberoamericanas en el panorama global
Publicado el 19 Sep. 2024

A comissão é formada por uma dúzia de reconhecidos especialistas em português e espanhol em temas como linguística, educação bilíngue, economia e novas tecnologias. Atualmente, o espanhol é a segunda língua materna mais falada e a primeira no Hemisfério Ocidental, enquanto o português é a mais falada no Hemisfério Sul.

Com o objetivo de continuar a promover o papel das línguas ibero-americanas, especialmente o português e o espanhol, como línguas de ciência e cultura, bem como continuar a promover o desenvolvimento das línguas indígenas da região a partir de uma perspectiva global e projetada no contexto digital, a Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, Ciência e Cultura (OEI) lançou esta quinta-feira uma Comissão de Especialistas em Multilinguismo.

Trata-se de um órgão consultivo de alto nível composto por doze especialistas em vários campos do conhecimento ligados ao desenvolvimento de idiomas, como linguística, pedagogia, economia, ciência e novas tecnologias, cuja missão vai incluir aconselhar a OEI na implementação dos seus programas e projetos no campo do multilinguismo e da promoção dos idiomas da região.

Durante a primeira reunião da comissão, que aconteceu esta quinta-feira, Mariano Jabonero, secretário-geral da OEI, agradeceu aos membros por terem aceitado o convite e reconheceu “a paixão que têm pelo poder transformador da língua, da diversidade e da inclusão linguística”. “Sabemos que a contribuição de cada um será fundamental para a construção de políticas que não apenas preservem, mas também valorizem a rica pluralidade linguística de nossa região”, disse Jabonero dirigindo-se aos peritos.

A comissão é composta por António Branco, da Universidade de Lisboa (Portugal); Bianca Amaro, coordenadora do Programa Brasileiro de Acesso Aberto do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Brasil); Darío Villanueva, da Real Academia Espanhola – RAE (Espanha); Fernanda Beigel, do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas – CONICET (Argentina); Gilvan Müller de Oliveira, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (Brasil); Hugo Barreto, diretor do Instituto Cultural Vale (Brasil); Jasone Cenoz, presidente da Comissão de Educação da Agência Estatal de Pesquisa – AEI (Espanha); João Neves, Diretor Executivo do Instituto Internacional da Língua Portuguesa – IILP (Cabo Verde); José Luis García Delgado, Professor da Universidade Complutense de Madri (Espanha); Luis Enrique López Hurtado, do Instituto Ibero-Americano de Línguas Indígenas (Peru); Luís Reto, Professor do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa do Instituto Universitário de Lisboa (Portugal); e Valentina Canese, Diretora do Instituto Superior de Línguas, Instituto Superior de Línguas da Universidade Nacional de Assunção (Paraguai).

Dois idiomas com projeção global

De acordo com dados do Instituto Cervantes, o espanhol é a segunda língua materna mais falada no mundo, o terceiro idioma mais usado na Internet – depois do inglês e do chinês -, o segundo idioma em que a maioria dos documentos científicos é publicada e um dos seis idiomas oficiais das Nações Unidas. O português, por outro lado, é falado por 260 milhões de pessoas em quatro continentes, é um dos idiomas que mais cresce em termos de população e é o quinto idioma mais usado na Internet. Juntos, os dois idiomas representam uma comunidade de mais de 850 milhões de pessoas com enorme potencial devido à sua alta inteligibilidade.

Com isso em mente, a Direção-Geral de Multilinguismo da OEI promoveu iniciativas em toda a região com o objetivo de valorizar esses e todos os idiomas ibero-americanos, promovendo assim a diversidade linguística e cultural da Ibero-América.

Prova disso é a Conferência Internacional das Línguas Portuguesa e Espanhola (CILPE), um evento para refletir e analisar os desafios dessas línguas no contexto global em áreas como ciência, cultura e comunicação. Depois de três edições bem-sucedidas em Lisboa (2019), Brasília (2022) e Assunção (2023), o encontro bianual terá lugar em Cabo Verde em 2025, arquipélago onde o português é língua oficial que, junto com as Ilhas Canárias e os arquipélagos da Madeira e dos Açores, compõem a região Macaronésia, de grande importância histórica e cultural para os dois idiomas.

Por outro lado, na fronteira entre Portugal e Espanha, a OEI tem vindo a desenvolver desde 2021 o projeto ‘Escolas de Fronteira‘, implementado em conjunto com os Ministérios da Educação da Andaluzia, Castela e Leão, Galiza e Extremadura, em Espanha, e o Ministério da Educação de Portugal para promover uma experiência real de educação intercultural e bilíngue para meninos e meninas nas zonas fronteiriças de ambos os países.

Juntamente com o Real Instituto Elcano, em 2021, e com o objetivo de salientar os desafios que se apresentam para que ambos os idiomas se abram no campo da divulgação científica, a OEI publicou o relatório El portugués y el español en la ciencia: apuntes para un conocimiento diverso y accesible, que destacou dados como, por exemplo, que 84% dos investigadores ibero-americanos em 2020 optaram por publicar em inglês em detrimento das suas línguas maternas espanhola ou portuguesa. O documento propõe medidas e recomendações para enfrentar essa situação e estimular a projeção dos dois idiomas no espectro científico.

Entre as iniciativas que a organização está prestes a implementar e nas quais a Comissão de Peritos terá um papel fundamental estão o lançamento do Observatório Internacional da Língua Portuguesa ou a CILPE 2025, bem como a continuidade de projetos de educação bilíngue e intercultural, como o “Cruzando Fronteiras“, que está a ser desenvolvido entre o Brasil e vários países vizinhos – especialmente com a Colômbia, o Peru, a Bolívia e o Paraguai; a terceira edição do ‘Atelier Poético’; a 2ª edição do Prémio Ibero-Americano Bartomeu Melià de Educação Intercultural e Multilinguismo ou as já mencionadas ‘Escolas de Fronteira’, entre outros.

Publicado el 19 Sep. 2024