Ir al contenido
Área Desenvolvimento Social, Institucional e Cooperação
Sede Secretaria-Geral

A OEI faz balanço de 2023, um ano repleto de cooperação

La OEI hace balance de un 2023 cargado de cooperación

Este ano da organização foi marcado pela digitalização, a integração regional e a projeção global. Mais de 21 milhões de pessoas foram beneficiadas pelos mais de 300 projetos implementados pela OEI nos 20 países em que atua.

A Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) conclui o ano de 2023 com importantes resultados em sua atividade cooperativa, respondendo a desafios regionais como a promoção da digitalização dos sistemas educacionais em todos os níveis, o fortalecimento da produção científica com selo ibero-americano ou a consolidação de uma cidadania cultural com maior integração por meio da democracia e da igualdade.  

Este também foi um ano de grande relevância para o posicionamento da organização no ecossistema de organismos internacionais, com a obtenção do status de organização observadora das Nações Unidas e a reeleição como representante da América Latina e do Caribe no Comitê Diretor de Alto Nível da Unesco para o Acompanhamento da Educação, bem como a assinatura, em novembro, de um acordo de cooperação com o Mercosul.

Uma atividade que não para

Na avaliação do ano, destaca-se o compromisso da  OEI de contribuir para a transformação digital exigida pela região. Assim, no início de 2023, a OEI avançou em janeiro em projetos como o fortalecimento das competências STEAM, realizado em janeiro na República Dominicana, do qual a OEI participou assessorando professores sobre essa metodologia inovadora focada em áreas como ciência, tecnologia e matemática. Nesse mesmo mês, foi concluída a fase-piloto do selo Kalos Virtual Ibero-América para dar lugar a sua implementação definitiva, um selo com o qual a OEI e a Rede Ibero-Americana de Acreditação da Qualidade do Ensino Superior (RIACES) certificam a qualidade dos programas virtuais, e ao qual já aderiram prestigiosas universidades da região, como a UNAM do México, a UNAD da Colômbia e a UNED da Espanha.

Em fevereiro, o programa “Somos mujeres y hacemos Ciencia foi lançado no Equador, com o CIESPAL, para promover vocações em ciência e tecnologia entre meninas e mulheres jovens por meio de depoimentos de pesquisadoras equatorianas em várias disciplinas, como biologia, eletricidade, biotecnologia, nanociência e química.

Em abril, foi apresentado em Madri o relatório A educação artística dá um passo à frente, que se concentrou na situação da educação artística nos países ibero-americanos, assim como o estudo O Futuro da Inteligência Artificial na Educação na América Latina, no qual especialistas da área se concentraram no papel dessa tecnologia na redução das lacunas de aprendizagem que ainda existem na região. O estudo foi posteriormente apresentado em vários eventos em cidades como Cidade do México, Lima e na Feira do Livro de La Paz, na Bolívia.  Também nesse mês, em El Salvador foram ratificados os acordos de cooperação assinados com a Vice-Presidência do país e, na Bolívia, foi realizada a reunião “Compartiendo Experiencias de Buenas Prácticas de Promoción de la Lectura en Iberoamérica“.

Abril também foi o mês em que a OEI apresentou seu Instituto de Formação e Aprendizagem para a Cooperação, com o qual a organização busca impulsionar a oferta educativa dos agentes de cooperação ibero-americanos e que, em novembro, deu um passo adiante ao inaugurar uma linha de cursos gratuitos e abertos para todos os interessados em impulsionar sua formação acadêmica em áreas como educação, ciência, cultura, línguas e direitos humanos.

 

“O Futuro da Inteligência Artificial na Educação na América Latina”, foi uma das quase 100 publicações feitas pela OEI em 2023.

 

Mais educação, ciência, cultura, línguas e direitos humanos

Maio foi um mês particularmente movimentado para a OEI. Começou o festival “Madri na Ibero-América”, que este ano foi realizado nas cidades de Santa Tecla (El Salvador), Cali (Colômbia), Arequipa (Peru) e Córdoba (Argentina), fortalecendo ainda mais os laços históricos e culturais presentes nos dois lados do Atlântico. Também foi criado o Programa de Direitos Humanos, Democracia e Igualdade, que liderou iniciativas para promover o trabalho nessa área, como a criação de uma comissão de assessoria especializada e vários fóruns de alto nível.

Em termos de promoção das línguas espanhola e portuguesa, a terceira edição da Conferência Internacional de Línguas Portuguesa e Espanhola (CILPE) foi realizada neste mês em Assunção, no Paraguai, onde, com a participação de quase 3.000 pessoas, foi demonstrado o poder da intercompreensão dos dois idiomas nos âmbitos educacional, econômico e cultural. Além disso, com o apoio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, foi lançada a segunda edição do Atelier Poético, uma iniciativa de intercâmbio linguístico em que poetas de toda a Ibero-América  participam de projetos educacionais em países onde sua língua materna não é o idioma oficial.

No campo científico, a Costa Rica sediou durante o mês de maio o encerramento do programa para o fortalecimento de sistemas científicos e tecnológicos (FORCYT), desenvolvido em conjunto com a União Europeia, e no campo do empreendedorismo, em Honduras, a OEI, a Funazucar e o Molino Harinero Sula assinaram um acordo para capacitar empresários e guias turísticos de seis municípios produtores de açúcar do país.

Em junho, a OEI acompanhou o processo constitucional do Chile com a realização do “Foro Iberoamericano: Democracia Paritaria en el proceso constitucional de Chile” para promover esse paradigma na proposta constitucional chilena com o assessoria de um painel de especialistas na área. Por sua vez, o projeto Jadenkä, realizado no Panamá em parceria com o BID, no qual estudantes indígenas aprendem matemática precoce em seus idiomas nativos, recebeu o Prêmio Internacional Khalifa de Aprendizagem Infantil (Khalifa International Early Learning Award), um dos prêmios globais de maior prestígio no campo da educação. Continuando com a primeira infância, foi realizado em Madri o seminário A Primeira Infância na Agenda 2030 na Ibero-América, onde foram observados avanços no cumprimento dos ODS para essa população; no entanto, de acordo com suas conclusões, seriam necessários mais investimentos, monitoramento e visão de longo prazo na região.

Na Argentina, foi realizado o  Congreso Iberoamericano de Producción y Economía del Conocimiento, que debateu temas como o impacto econômico da transformação digital ou a capacitação para o trabalho e a inserção laboral na região, e no Paraguai foram realizados workshops sobre rotas e itinerários culturais com os quais a OEI apoia a promoção da economia local através do turismo.

No início do segundo semestre do ano, em julho, as ruas de Lima, no Peru, foram palco da iniciativa “Lectura en movimiento“, para incentivar maiores hábitos de leitura entre os cidadãos de Lima, e na Costa Rica, foi assinado um acordo com o Ministério da Ciência, Inovação, Tecnologia e Telecomunicações (MICITT) para promover a cooperação e a inclusão social com base na formação tecnológica de jovens na área metropolitana de San José.

Em agosto, em La Paz, Bolívia, foi realizado o I Encontro Internacional “Primeira Infância: Realidades e Perspectivas”, e no Paraguai, no âmbito do projeto “Impulsionando a Educação”, realizado em conjunto com a União Europeia, foi realizado o I Encuentro de Espacios de Buenas Prácticas en redes colaborativas, no qual os participantes compartilharam as lições aprendidas com a assessoria pedagógica recebida nessa iniciativa.

 

Encerramento da CILPE 2023, em Assunção, Paraguai.

 

Crescimento interno, projeção externa

Em setembro, Buenos Aires, a capital da Argentina, sediou a V Reunião do Conselho Assessor da OEI, na qual seus especialistas debateram os principais desafios para a transformação digital da educação na região. Além disso, durante esse mês, a ciência ocupou um lugar de destaque na organização. Isso se reflete nos quase mil cientistas que participaram das mais de 450 atividades inéditas da IV Noite Ibero-Americana d@s Pesquisador@s, nas quais compartilharam suas pesquisas com o público de 16 países da região. Este ano, o evento incluiu pela primeira vez países como Bolívia e Cuba. Este último país caribenho também foi o anfitrião do lançamento da Rede Ibero-Americana de Formação e Pesquisa sobre Transformação Digital no Ensino Superior, no âmbito do UCIENCIA 2023.

A atividade da organização no Cone Sul Ibero-Americano foram amplamente divulgadas em outubro. Na Argentina, por exemplo, o Ciclo de Debates de Referências de Relações Internacionais, Educação e Ciência foi realizado às vésperas das eleições presidenciais do país. No Uruguai, o projeto “Música en apoyo a los procesos educativos” também ganhou forma neste mês, juntamente com a CAF e a ANEP, para apoiar a formação de orquestras e corais no bairro de Casavalle, em Montevidéu.

Por outro lado, no Brasil, foram anunciados os vencedores nacionais do prêmio “Escolas Sustentáveis”, que em sua primeira versão recebeu mais de 1.300 propostas de escolas do México, Brasil e Colômbia, e o vencedor da fase internacional foi o projeto Conservar para transformar” da escola colombiana Amalaka. Nesse país andino, também foi lançado o projeto “Tejiendo Pervivencia“, que promove os direitos dos povos indígenas, agrupados em resguardos e cabildos registrados na Direção de Assuntos Indígenas ROM e outras minorias étnicas. Finalmente, foi realizado em Portugal o Simpósio Internacional sobre Tecnologias e Educação, no qual foram discutidos os desafios que a inteligência artificial e a realidade virtual representam para a educação.

Novembro teve um forte foco cultural. Em Belém, no Brasil, a OEI organizou o Mercado das Indústrias Criativas 2023, onde, de acordo com dados do Ministério da Cultura do Brasil, US$ 20 milhões em negócios seriam gerados nos próximos doze meses a partir das negociações produzidas no evento. Lisboa, Portugal, sediou dois grandes eventos. Por um lado, o VIII Congresso Ibero-Americano de Cultura, no qual especialistas da área destacaram o valor da cultura para o desenvolvimento da região, e por outro, a I Noite Ibero-Americana de Literatura, com a participação de quase 300 participantes.

Em Madri, na Espanha, foi realizada a reunião “Os pilares necessários para construir a integração da Ibero-América” no âmbito da “Cátedra de Integração Ibero-Americana“, e em Honduras foi realizada o II Encontro de Comunidades de Aprendizagem sob o lema “Compartir es vivir”.

No último mês do ano, no México, em conjunto com o Estado de Durango e a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Aecid), foi implementado o projeto “Justiça Social: um elemento-chave para a transformação digital na educação“, que busca contribuir para a transformação digital e a educação básica nas comunidades indígenas desse Estado por meio de três componentes: conectividade, formação e fortalecimento da comunidade; e na Colômbia, foram implementados projetos voltados para a não estigmatização dos cidadãos que assinaram o acordo de paz nesse país. Na Nicarágua, continuaram as oficinas para professores sobre a metodologia Arte y Juego, beneficiando 7.300 alunos este ano, e no Rio de Janeiro, Brasil, o Museu de Arte do Rio (MAR), administrado pela OEI, tem um saldo positivo para o ano, com mais de 540.000 visitantes em suas diversas e interessantes exposições.

 

Museu de Arte do Rio (MAR), no Rio de Janeiro, Brasil.

 

Este ano, a organização se comprometeu com o crescimento interno com a criação da Direção de Estratégia Digital Global e da Direção de Pessoas, Organização e Gestão de Talentos, duas áreas que visam continuar projetando uma organização internacional sólida e em constante evolução. Isso também fica evidente na certificação concedida pela União Europeia à OEI na modalidade de gestão indireta de recursos, ou na implementação de um canal interno de denúncias e de um Plano de Igualdade para promover a transparência como um valor fundamental na organização.

No próximo ano, a OEI comemorará 75 anos de existência e já está analisando os desafios enfrentados pela região como um todo, como as implicações da inteligência artificial na educação ou na cultura, a estagnação da produtividade ou a necessidade de melhorar a qualidade dos sistemas educacionais da região, em um contexto ainda marcado pela incerteza e pela urgência de uma integração regional maior e mais ampla.